segunda-feira, março 29, 2010

rohmer na caixa

A Caixa Cultural abriga uma mostra com filme de Eric Rohmer. Vejam a programação abaixo:

29/03 Segunda-feira

19h – Os Amores de Astrée e de Céladon (DVD) 109’. 16 anos.

30/03 Terça

14h30 – O signo do leão (1959) (35mm) 102’.14 anos
16h30 – A Padeira do Bairro (1962) (35mm) 23’+ A Carreira de Suzanne(1963)(35mm) 54’. 16 anos.
18h30 – Eric Rohmer, Provas de Apoio Aos 120′. Doc. (Direção: André S. Labarthe, 1994) (DVD) 120’. 14 anos.

31/03 Quarta
14h30 – A Colecionadora (1967) (35mm) 89’. 14 anos.
16h30 – Minha Noite Com Ela (1969) (35mm) 85’. 16 anos.
18h30 – O joelho de Claire (1970) (35mm) 105’. 14 anos.

01/04 Quinta
14h30 – Amor à Tarde (1972) (35mm) 97’. 14 anos.
16h30 – A Marquesa d´O (1976) (35mm) 100’. 14 anos.
18h30 – A mulher do Aviador (1980) (35mm) 106’. 14 anos.

02/04 Sexta
14h30 – Um Casamento Perfeito (1982) (35mm) 100’. 14 anos.
16h30 – Pauline na praia (1983) (35mm) 94’. 14 anos.
18h30 – Noites da Lua Cheia (1984) (35mm) 102’. 12 anos.

03/04 Sábado
14h30 – O Raio Verde (1986) (35mm) 98’. 12 anos.
16h30 – O Amigo da Minha Amiga (1987) (35mm) 103’. 12 anos.
18h30 – As 4 aventuras de Reinette e Mirabelle (1987) (35mm) 99’. 14 anos.

04/04 Domingo
14h30 – Conto da Primavera (1990) (35mm) 112’. 12 anos.
16h30 – Conto de inverno (1991) (35mm) 114’. 14 anos.

06/04 Terça
14h30 – A Fábrica do Conto de Verão. Doc. (Direção: Jean-André Fieschi, 2005) (DVD) 90’ + Charlotte e seu bife (1951) (DVD)12’ + Nadja em Paris (1964) (DVD) 13’. 14 anos.
16h30 – Conto de verão (1996) (35mm) 113’. 12 anos.
18h30 – Conto de Outono (1998) (35mm) 112’. 12 anos.

07/04 Quarta
14h30 – O joelho de Claire (1970) (35mm) 105’. 14 anos.
16h30 – A Árvore, o Prefeito e a Mediateca (1993) (35mm) 105’. 14 anos.
18h30 – A inglesa e o Duque (2001) (35mm) 125’. 14 anos.

08/04 Quinta
14h30 – Noites da Lua Cheia (1984) (35mm) 102’. 12 anos.
16h30 – O Raio Verde (1986) (35mm) 98’. 12 anos.
18h30 – Minha Noite Com Ela (1969) (35mm) 85’. 16 anos.

09/04 Sexta
14h30 – Eric Rohmer, Provas de Apoio Aos 120′. Doc. (Direção: André S. Labarthe, 1994) (DVD) 120’. 14 anos
16h30 – Agente Triplo (2004) (DVD) 104’. 16 anos.
18h30 – Os Amores de Astrée e de Céladon (2007) (DVD) 109’. 16 anos.

10/04 Sábado
14h30 – Pauline na praia (1983) (35mm) 94’. 14 anos.
16h30 – Amor à Tarde (1972) (35mm) 97’. 14 anos.
18h30 – Agente Triplo (2004) (DVD) 104’. 16 anos.

11/04 Domingo
14h30 – A Marquesa d´O (1976) (35mm) 100’. 14 anos.

16h30 – A inglesa e o Duque (2001) (35mm) 125’. 14 anos.

sábado, março 27, 2010

mostra do filme livre

Amanhã, às 17h, no CCBB do Rio, dentro da programação da Mostra do Filme Livre, será exibido o longa "A Fuga, a Raiva, a Dança, a Bunda, a Boca, a Calma, a Vida da Mulher Gorila", de Felipe Bragança e Marina Meliande.

terça-feira, março 23, 2010

o amor segundo b. shianberg **


Gosto muito da trajetória do Beto Brant. Ele é menor a cada filme. Este “O amor segundo B. Shianberg” é pequeno como poucos. O filme, no entanto, não me agrada. O dispositivo cinematográfico é sublinhado como nunca. E a minha impressão é a de que as carnes soltas de um cotidiano sem peso que Brant nos oferece não combinam com a grande maioria dos cortes e as variadas angulações que costuram esse filme. O digital salta aos olhos. O som chega com dificuldade aos ouvidos. Se “Cão sem dono” era um filme entregue aos acidentes, às causalidades, este “O amor”, ao contrário do que possa parecer, é todo controle.

É bem verdade que existe um terceiro personagem. Ele está fora do quadro, no título. B. Shianberg é um personagem de “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, romance de Marçal Aquino e matéria-prima do próximo longa de Brant. B. Shianberg é um psicanalista que escreveu um livro pouco ortodoxo sobre o amor. O fotógrafo, protagonista e narrador de "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” o venera e cita diversas passagens da obra de Shianberg. Para quem leu o livro de Marçal Aquino, Shianberg se transforma numa espécie de narrador ausente. E assim, toda aquela exposição agressiva da intimidade do casal seria um experimento do psicanalista – na verdade, poderíamos até discutir se essa intimidade realmente se concretiza na tela. Agora, para quem não leu, “O amor” é apenas um exercício.

intexto

Um texto meu publicado na Intexto, revista da UFRGS. O resumo:

O cinema não é mais a experiência audiovisual matriz em nossa “sociedade das imagens”. Essa enorme rede heterogênea que vai se constituindo no terreno da produção e circulação de imagens-sons tem nos mostrado que é preciso mudar a nossa percepção do lugar do cinema entre os demais dispositivos. O objetivo deste texto é pensar o cinema em suas relações com o que vem sendo chamado de novas mídias. Nossa posição se aproxima de certa maneira de Phillipe Dubois: afirmando o cinema como uma espécie de referência fundante para todo o audiovisual sem ressentimentos e/ou opiniões fechadas com relação às novas tecnologias. Neste caminho, passamos invariavelmente por algumas falsas questões, pela melancólica idéia da “morte do cinema”, pelo surgimento de uma novíssima cinefilia digital e rizomática, por um cinema contemporâneo pra lá de impuro.

sábado, março 20, 2010

divisão

Estava lendo um posto do Marcelo Ikeda lá no Cinecasulofilia. Ele falava do Mekas, de como os filmes do mestre lituano “não nos ENSINAM a olhar para a vida de um outro modo, eles nos ESTIMULAM a fazê-lo”. A partir disso, fiquei aqui pensando em uma divisão um tanto aleatória, mas que faz um certo sentido pra mim neste momento: existem os cineastas que fazem com que nos apaixonemos pelo cinema, e há aqueles, como Mekas, que nos impelem a sair de casa. Os filmes de Godard, de Sergio Leone, do Carpenter, entre muitos outros, me fazem ansiar pelo momento em que as luzes se apagam, onde tudo é forma e linguagem e a fábula cinematográfica é destrinchada e celebrada em um livre jogo de possibilidades alternativas. Já o cinema do Mekas, de Pialat, de Claire Denis, entre muitos outros, não podem ser refeitos. São filmes que parecem dizer sim e não à técnica de cinema. São cineastas que buscam produzir nos filmes, como processo narrativo, uma espécie de desfazer das ferramentas, da idéia de autoria.

nicolas cage

Isso é muito engraçado.

quarta-feira, março 17, 2010

curtas na cinética

Vale a pena dar uma olhada lá na atualização da Cinética. Um especial muito legal sobre curta-metragens.

Tem também uma entrevista feita pelo Felipe Bragança com o cineasta português João Pedro Rodrigues ("Morrer como um homem").

domingo, março 14, 2010

eles vivem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Vi "Eles vivem" (1988) ontem. Puta que pariu! Caralho! O Carpenter é sinistro! A cena de luta abaixo talvez seja a melhor que já vi. Sem efeitos ou coreografias mirabolantes. Vejam:



Para completar, a crítica apaixonada de Nicolas Saada, traduzida por José Roberto Rocha lá no Era uma vez na Paraíba:

Apocalypse Now
(Eles Vivem de John Carpenter)
por Nicolas Saada

O filme se abre num clima de errância que caracteriza o cinema de Carpenter e sua filiação ao western e aos seus heróis solitários. O herói é John Nada (interpretado por Rodney Piper, ex-lutador) que chega, bolsa nas costas, a Los Angeles para encontrar um emprego. Nada, sem abrigo nem trabalho, é recebido por uma pequena comunidade de desempregados e vagabundos, localizada próxima a uma igreja, onde entrará em contato com resistentes que lutam impetuosamente contra invasores misteriosos que controlam a população. John Nada é, evidentemente, o próprio John Carpenter que, desde seu grande fracasso comercial, “Aventureiros do Bairro Proibido”, voltou à produção B após seu purgatório em diferentes majors hollywoodianas. É assim, com nada, que Carpenter recomeça. Se é possível arriscar esta analogia, é porque Carpenter seguiu um trajeto (produção B-televisão-majors-produção B) comparável ao de seu personagem em “Eles Vivem”.

Em 1982, Carpenter declarou a Cahiers du Cinéma (nº 339), a propósito de seus primeiros passos com as majors: “Uma parte do charme de Assalto a 13ª DP ou de Halloween devia-se ao fato de que não havia dinheiro suficiente para mostrar as coisas. Ao contrário, hoje me dão dinheiro para mostrá-las, então é necessário fazê-lo”.

Mostrar: o próprio tema de “Eles Vivem” (e a função de seu herói); certamente um tema cinematográfico, mas também, para Carpenter, uma preocupação moral que o aproxima de Fritz Lang. “Eles Vivem” ilustra, na verdade, o velho adágio languiano segundo o qual a aparência não é a realidade, o visível não é a verdade. Provocação de Carpenter ao espectador que não consegue mais fazer a triagem das imagens que lhe são enviadas cotidianamente. Nada é ao início bastante ingênuo, crédulo (como poderia ter sido Carpenter no início dos anos 80 antes de seu fracasso nas majors): “Eu acredito na América, eu estou dentro do sistema”, declara ao início do filme. Depois, graças aos óculos escuros fabricados pela resistência (a produção B), espécies de “decodificadores portáteis”, Nada terá a prova de que não se pode confiar no sistema: este que rege a América de hoje é nada mais que o fruto de um vasto complô fomentado por extraterrestres (auxiliados por humanos sem escrúpulos) que embrutecem a população lhes transmitindo mensagens subliminares primárias (“não pensem”, “não reflitam”, “submetam-se”, “consumam”, “reproduzam-se”, “o dinheiro é seu Deus”). Este horror da realidade é mostrado bastante curiosamente através de imagens em preto e branco, que revelam esta visão decodificada do mundo. Carpenter poderia ter recorrido a outros estratagemas visuais: na verdade, este preto e branco pertence a um cinema de ontem (Hawks, citado por Carpenter como um pai em sua cinefilia) que joga nova luz sobre a face absolutamente inumana da América deste fim de anos 80. A fonte de emissão destas mensagens é naturalmente a televisão e seus programas (outro câncer do cinema americano) que a resistência tenta sabotar, em vão, através de transmissões clandestinas: John Nada e seu colega negro Frank vão destruir, fuzis às mãos, a estação televisiva. Assim, “Eles Vivem” é também a história de uma mini-insurreição que se pode interpretar ao mesmo tempo como política e, em outra medida, como de cinefilia.

Esta gravidade da proposta de Carpenter nunca é, felizmente, explicitada verbalmente no filme. Em total adequação com seu tema, Carpenter prefere mostrar, através de longas seqüências quase mudas, a extensão do mal ao criar um sentimento de inquietude e agonia constante, arte na qual ele se tornou mestre (assim como na utilização da trilha, tão opressora quanto possível). O resultado de “Eles Vivem” é deslumbrante, notadamente em seu controle do scope, formato ingrato que Carpenter emprega para isolar os personagens alienando-os no quadro, acentuando este efeito ao fimá-los em espaços fechados, com perspectivas de profundidade limitada (ruelas, corredores, becos).

Quanto ao aspecto “guéguerre” que alguns censuram no filme (a luta a mão armada entre os resistentes e os invasores), ele não faz com que Carpenter caia nas armadilhas do filme de gênero (filme de ação). Todas estas batalhas são dominadas por uma distância plástica que as transforma em verdadeiros ballets, ritmados por uma montagem, em certos instantes, digna do melhor cinema soviético: um insert, magnífico, dos canos das metralhadoras marca a maioria destas seqüências. A cena pivô do filme, uma briga de mais de dez minutos entre John Nada e seu colega Frank (que ele obriga a usar os famosos óculos) ilustra dois princípios hitchcock-hawksianos. O primeiro, hitchcockiano, é que tudo deve ser utilizado para as necessidades de uma cena (como o avião de “Intriga Internacional” que fumiga Cary Grant). O intérprete de Nada, Rodney Piper, é um ex-lutador: e nesta lógica ele deve, a um momento ou outro, brigar. O segundo, herdado das brigas iniciáticas dos filmes de Hawks ou Ford, é menos uma homenagem que uma necessidade: trata-se, para Frank, o negro, de sofrer a dor a fim de melhor ver. Diante da papa em que se tornou o cinema comercial americano, este mal é necessário: já o era para o herói de “Comando Assassino” de Romero, e também o é para aqueles de Carpenter. “Eles Vivem” soube reencontrar esta beleza e este discurso da produção B americana, que se podia dar por desaparecidos: isto é excepcional.

NICOLAS SAADA
(Cahiers du Cinéma nº418, abril de 1989)

Texto contido nas páginas 204-207 do volume 56 da coleção Petite anthologie des Cahiers du cinéma: "Le goût de l'Amérique". Tradução feita por José Roberto Rocha.

quinta-feira, março 11, 2010

Outro dia revi “Napoleon Dynamite” (2004), de Jared Hess and Jerusha Hess. Gosto do filme. Jon Heder é um bom comediante. Mas uma seqüência em particular me incomoda bastante. É aquela em que Nepoleon dança ao som de “Canned Heat”, do Jamiroquai. Vejam a cena abaixo.



Eu acho que essa cena tinha que ser um plano seqüência. É o que eu acho. Os cortes soam pra mim como uma grande sacanagem. Lembrei do cineasta e crítico Luc Moullet que dizia que a corrida de um homem em um filme de Samuel Fuller era um verdadeiro ato de cinema. Para Moullet, a moral de um realizador consiste em se manter fiel a esse ato de cinema original: um ritmo, um olhar, uma encenação que mostra o corpo do homem. “A moral é uma questão de travellings”, disse ele. Eu não diria que os cortes na seqüência da dança de Napoleon são amorais, mas em mim eles batem como uma traição ao personagem.

segunda-feira, março 08, 2010

indicações

Uma enormidade de links e recomendações de leitura:


blogs

Matheus Cartaxo

No escuro e vendo

Assim está escrito

Vistos e escritos


site

Editado por Daniel Dalpizzolo e Luis Henrique Boaventura, o Multiplot promete um especial sobre Anthony Mann.


adrian martin

Sobre “Aquele querido mês de agosto”, de Miguel Gomes.

Sobre o namoro recente dos blockbusters americanos e a Idade Média.


bordwell

O teórico americano num post polêmico sobre Kurosawa.


lilian ross

Uma curiosidade. Ícone do novo jornalismo americano, Lilian Ross escreve sobre J. D. Salinger e revela um pouco do gosto cinematográfico do recluso autor.


kiarostami

Jonathan Rosenbaum e Mehrnaz Saeed-Vafa conversam sobre “Shrin”, o mais novo filme do mestre iraniano (que eu, infelizmente, ainda não vi).


rohmer

Godard

Skorecki

Mourlet


benning

Para baixar os filmes de James Benning


francis ford

Mais um belo texto de Tag Gallagher, sobre a relação entre John Ford e seu irmão Francis.


sergei parajanov

Um texto bacana sobre esse cineasta da Armênia.

mulheres no ccbb

O CCBB abriga a partir de amanhã a mostra "Mulheres que alucinam". Bons filmes serão exibidos, embora, até onde pude apurar, quase todos em DVD. A programação:

09.03
17h – Diário de uma Garota Perdida (116 min.)
19h - O Anjo Azul (94 min.)

10.03

17h – Dama do Outro Mundo (73 min.)
19h - A Mulher Satânica (79 min.)

11.03

17h – Gilda (111 min.)
19h - A Malvada (138 min.)

12.03

15h30 - Carmen Jones (104 min.)
17h30– Lola Montés (106 min.)
19h30 - De Repente No Último Verão (112 min.)

13.03

15h30 - Madre Joana Dos Anjos (105 min.)
17h30– Os Inocentes (99 min.)
19h30 - Bonequinha de Luxo (114 min.)

14.03

15h – Cleópatra (248 min.)
19h30 - Deserto Vermelho (113 min.)

16.03

17h – Marnie – Confissões De Uma Ladra (130 min.)
19h - Persona – Quando duas Mulheres Pecam (84 Min.)

17.03

17h – Barbarella (98 min.)
19h - Lua De Mel de Assassinos (108 min.)

18.03

17h – O Amor (88 min.).
19h - Trabalhos Ocasionais de Uma Escrava (87 min.)

19.03

15h30 - Betty Blue (185 min.)
17h30– Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos (89 min.)
19h30 - A Ultima Dança de Salomé (89 min.)

20.03

15h30 - Um Assunto de Mulheres (108 min.)
17h30– Rosalie Vai as Compras (90 min.)
19h30 - A Garota da Fábrica de Caixas de Fósforos (72 min.)

21.03

16h30 – Twin Peaks – Os Últimos Dias de Laura Palmer (135 min.)
18h30 - Corra Lola Corra (81 min.)

23.03

17h – Lady Vingança (114 min.)
19h - Maldito Coração (97 min.)

24.03

17h – Nome Próprio (120 min.)
19h - Anticristo (109 min.)

sexta-feira, março 05, 2010

japoneses

Em comemoração ao centário de nascimento de Akira Kurosawa (23 de março), o MAM do Rio vai exibir ao longo desse mês uma série de filmes do cineasta. São ao todo doze longas-metragens dirigidos por ele e mais dois outros nos quais foi roteirista. Ainda esse mês, o MAM projeta "Uma breve história do tempo", de Errol Morris, e alguns filmes suecos (dirigidos por Ingmar Bergman, Alf Sjoberg, Bo Widerberg e Per Lindeberg). Veja a programação aqui.

E na Caixa Cultural, quatro longas do também japonês Nobuhiro Suwa serão exibidos até domingo. Olhem aí:

5 de Março - sexta-feira
14h30 - H/Story
17h - Um Couple Parfait
19h - Debate

6 de Março - sábado
16h - 2/DUO
19h - M/Other

7 de Março - domingo
16h - Um Casal Perfeito
19h - H Story

quarta-feira, março 03, 2010

cartografias do desejo, de felix guattari e suely rolnik

Depois de “Preciosa”, fiquei aqui pensando nesse livro. O parágrafo abaixo (pág. 135) é especial. É o tipo de coisa que me faz quere ser melhor. Leiam:

“Com esse tipo de afirmação costuma-se usar o famoso argumento ‘se a política está por toda parte, ela não está em parte alguma’. A isso eu responderia que, efetivamente, a política e a micropolítica não estão por toda parte, e que a questão é, justamente, pôr a micropolítica por toda parte: em nossas relações estereotipadas de vida pessoal, de vida conjugal, de vida amorosa e de vida profissional, nas quais tudo é guiado por códigos. Trata-se de fazer entrar em todos esses campos um novo tipo de pragmática: um novo tipo de análise que corresponda, de fato, a um novo tipo de política”.

terça-feira, março 02, 2010

preciosa **


Vejam só: produção de Oprah Winfrey, atuações de Mariah Carey e Lenny Kravitz, várias indicações para o Oscar, uma trama (obesidade, incesto, aids) susceptível ao mais rasteiro dos dramas... “Preciosa”, um programa de alto risco. Pois não é que o filme surpreende?! Lee Daniels evita qualquer glamourização. Sua personagem não está congelada, seja como vítima ou heroína. Seu filme não tem mensagem. “Preciosa” aposta até por vezes em momentos um tanto crus, como as seqüências na escola especial ou as cenas pós-parto no hospital. Eu diria até que o filme se desenrola morno, no mesmo tom, sem altos e baixos. Ainda assim, Daniels me perde toda vez que se afirma virtuoso. A personagem é agredia, segue a imagem de um frigideira e muita gordura. Ela é estuprada ao som de uma trilha inusitada, em agulações, desfocos e firulas. Pequenas traições de Daniels.