terça-feira, agosto 25, 2009

cronenberg

Começou nesta terça na Caixa Cultural a mostra "Cinema em carne viva: David Cronenberg - Corpo, imagem e tecnologia".

Quarta-feira - 26/08
Quinta-feira - 27/08
CINEMA 2
16h -
Rabid
18h - The Brood
Sexta-feira - 28/08
CINEMA 2
16h -
Calafrios
18h - A Mosca
Sábado - 29/08
CINEMA 1
16h -
Mistérios e Paixões
CINEMA 2
20h -
eXistenZ
Domingo - 30/08
CINEMA 2
16h -
Fast Company
Terça-feira - 01/09
CINEMA 2
Quarta-feira - 02/09
CINEMA 2
16h -
Marcas da Violência
Quinta-feira - 03/09
18h - The Brood
Sexta-feira - 04/09
CINEMA 2
16h -
Videodrome
18h - eXistenZ
Sábado - 05/09
CINEMA 2
20h -
Câmera
20h - Stereo
Domingo - 06/09
CINEMA 2
16h -
M. Butterfly
CINEMA 1
18h -
Mistérios e Paixões

domingo, agosto 23, 2009

mais um de johnnie to


mad detective *****

“Mad detective” (2007) é mais um filme incrível de Johnnie To e Wai Ka-Fai. O detetive do título chama-se Bun. Ele consegue ler mentes criminosas e desvendar seus crimes, embora ostente uma personalidade atípica. Quando corta uma de suas orelhas para dar de presente de despedida para seu ex-chefe, Bun é declarado “incompatível com o ambiente normal de trabalho” e banido da polícia. Anos depois, um jovem detetive o procura pedindo ajuda para resolver um caso. Mais uma vez: a câmera percorre espaços e assiste à ação com uma desenvoltura magistral e imprime certezas em cada movimento, enquadramento ou plano, com uma montagem orgânica e uma cadência um tanto operística.

Agora, To e Kai-fai parecem interessados como nunca na caracterização de seus personagens. Bun é um personagem instigante como poucos. Ele nunca se revela por completo. A ex-mulher. Um trauma. A loucura. A seqüência em que realizadores nos mostram as diferentes personalidades do assassino é das melhores dos últimos anos. To e Ka-Fai parecem se perguntar até aonde podem seguir com o plano ponto de vista de Bun. Esse experimento se repete ao longo do filme das mais variadas maneiras. Às vezes vemos essas “diferentes personalidades” entrecortadas por planos de Bun olhando para elas, noutras não. Às vezes, Ho tenta entender o que está se passando, noutras não. E ainda existem os planos em que Bun aparece no mesmo quadro das “diferentes personalidades”.

A narrativa prima por uma certa insanidade, pela falta mesmo de uma lógica interna. Ainda assim, o filme jamais deixa de ser coerente e direto. Os cineastas estilhaçam a trama em ritmos, tons, angulações, movimentos, personagens e personalidades diferentes. A cada filme, To desafia nossas expectativas e determinadas convenções narrativas. Em “Mad Detective” nada é o que parece, seja em termos narrativos ou visuais. Assim que nosso herói embarca em sua investigação, a linha tênue entre o verdadeiro e o falso cresce em ambigüidade. E, curiosamente, quanto mais perto chegamos da verdade, mais longe da realidade parecemos estar.

quarta-feira, agosto 19, 2009

seminário na ufrj

Começa hoje no Fórum de Cultura da UFRJ o Seminário Internacional Retornos do Real: Cinema e Pensamento Contemporâneos. O evento segue até sexta. Abaixo, a programação.

dia 19

19:00 –Tom Cohen: "Ônibus em explosão – Técnicas Cinemáticas e a Vida descartável: Hitchcok em Ônibus 174". Professor do Departamento de Inglês da State University of New York, Albany e autor de Anti-Mimesis from Plato to Hitchcock (Cambridge University Press, 1994); Ideology and Inscription: "Cultural Studies" after Benjamin, de Man, and Bakhtin (Cambridge University Press, 1998); Hitchcock's Cryptonymies 1: Secret Agents (University of Minnesota Press, 2005) e Hitchcock's Cryptonymies 2: War Machines (University of Minnesota Press, 2005).

Mediadora e debatedora: Gabriela Nouzeilles – Professora Associada e Chefe do Departamento de Espanhol e Português da Princeton University e autora de Ficciones somáticas: Naturalismo, nacionalismo y políticas médicas del cuerpo (Beatriz Viterbo, 2000) e editora de The Argentina Reader. History, Culture, and Politics (Duke University Press, 2003) e de La naturaleza en disputa. Retóricas del cuerpo y el paisaje (Paidós 2002). No momento, concluí Of Other Places. Patagonia and the Production of Nature.

dia 20

09:00 – Mesa-redonda Modalidades do Real

Ismail Xavier: O exemplar e o contingente no teatro das evidências. Professor Associado do Departamento de Cinema, Televisão e Rádio da Universidade de São Paulo e autor de O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. (Paz e Terra, 1977), Sertão Mar: Glauber Rocha e a estética da fome (Brasiliense, 1983), Allegories Of Underdevelopment: Aesthetics And Politics In Modern Brazilian Cinema. (University of Minnesota Press, 1997) e O Olhar e a Cena: Hollywood, Melodrama, Cinema Novo, Nelson Rodrigues (COSAC & NAIFY, 2003)

Yngjin Zhang: “Paisagens em Movimento: Realidade, Visualidade e Translocalidade nos Filmes de Jia Zhangke”. Professor Associado e Diretor do Programa de Estudos Chineses da (University of California, San Diego e autor de The City in Modern Chinese Literature and Film: Configurations of Space, Time, and Gender (Stanford University Press, 1996); Screening China: Critical Interventions, Cinematic Reconfigurations, and the Transnational Imaginary in Contemporary Chinese Cinema. (Center for Chinese Studies, University of Michigan, 2002) e Chinese National Cinema. (Routledge, 2004) e China in Focus: Studies of Chinese Film and Literature in the Perspective of Academic History (em Chinês) (Nanjing University Press, 2006).

Mediador: Denilson Lopes – Superintendente de Difusão Cultural do Fórum de Ciência e Cultura e Professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autor de Nós os Mortos: Melancolia e Neo-Barroco (7Letras, 1999), O Homem que Amava Rapazes e Outros Ensaios (Aeroplano, 2002), A Delicadeza: Estética, Experiência e Paisagens (EdUnB, 2007), organizador de O Cinema dos Anos 90 (Argos, 2005) e co-organizador de Cinema, Globalização e Interculturalidade .(Argos, a sair em 2009).

10:30 – Conferência

Ivone Margulies: “A presença reencenada no cinema contemporâneo”. Professora Associada da City University of New York, autora de Nothing Happens: Chantal Akerman’s Hyperrealist Everyday (Duke University Press, 1996) e organizadora de Rites of Realism: Essays on Corporeal Cinema (Duke University Press, 2003).

Apresentador e mediador: Álvaro Fernandez Bravo – Professor e Diretor da New York University Buenos Aires. Autor de Literatura y frontera: procesos de territorialización en las culturas argentina y chilena del siglo XIX(Sudamericana, 1999), co-autor de Introducción a la escritura universitaria. Ciudades alteradas: nación e inmigración en la cultura moderna. (Granica, 2003) e co-organizador de Sujetos en tránsito:(in)migración, exilio y diáspora en la cultura latinoamericana (Alianza, 2003) e El valor de la cultura: Arte, literatura y mercado en América latina(Beatriz Viterbo, 2007).

11:45 – Mesa-redonda Repensando o Documentário

Andréa França: “O cinema documentário e o retorno daquilo que foi”. Professora do Pontifícia Universidade Católica/Rio de Janeiro e autora , autora de Cinema em Azul, Branco e Vermelho - a trilogia de Kieslowski (7Letras,1997) e de Terras e Fronteiras no cinema político contemporâneo (7Letras, 2003) e co-organizadora de Cinema, Globalização e Interculturalidade .(Argos, a sair em 2009).

Emilio Bernini: “Una arqueología de la imagen: el documental de found footage”. Professor Titular e Diretor do Mestrado em Documentário da Universidad del Cine da Universidad del Cine e professor da Universidad de Buenos Aires. Autor de Ciertas tendencias. Notas sobre el nuevo cine argentino (1956-1966). (UBA, 2002) e Silvia Prieto. Un film sin atributos (Picnic, 2008) e Diretor da revista Kilómetro 111. Ensayos sobre cine.

César Guimarães: “O Documentário e as Potências da Vida Ordinária”. Professor Associado do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais e autor de Imagens da Memória: Entre o Visível e o Invisível (Ed. UFMG, 1996), co-organizador de Comunicação e Experiência Estética (Ed. UFMG, 2006), Na Mídia, Na Rua: Narrativas do Cotidiano (Autêntica, 2006) e O Comum e A Experiência da Linguagem (Ed. UFMG, 2007).

Mediador: Álvaro Fernandez Bravo (New York University-Buenos Aires)

15:30 – Conferência

Laura Marks: “Desdobrando o Real: Mediação como um Tecido Conectivo”. Dena Wosk University Professor da Escola de ArtesContemporâneas Simon Fraser University(Vancouver), autora de The Skin of the Film: Intercultural Cinema, Embodiment, and the Senses (Duke University Press, 2000), Touch: Sensuous Theory and Multisensory Media (University of Minnesota Press, 2002) e curadora. No momento está escrevendo Enfoldment and Infinity: An Islamic Genealogy of New Media Art (a ser publicado pela MIT Press)

Apresentador e Mediador: Mauricio Lissovsky – Professor Adjunto da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e roteirista de Cinema e TV e entre seus trabalhos mais recentes estão os longa-metragens “Seja o que Deus quiser” (Murilo Salles, ficção, 2003) e “A Pessoa é para o que nasce” (Roberto Berliner, documentário, 2004). É autor de A Máquina de Esperar: Origens e Estética da Fotografia Moderna (Mauad, 2008)

16:45 - Mesa-redonda Encruzilhadas do Novo Cinema Argentino

Ana Amado: “Visitas Guiadas Al Território de los Desclasado”. Professora da Universidad de Buenos Aires, autora de La Imagen Justa. Cine Argentino e Politica (Colihue, 2009) e co-autora de Lazos de Família: Herencias, Cuerpos, Ficciones (Paidós, 2004)

Davi Oubiña: “Riesgos y desafíos del cine argentino reciente”. Professor da Universidad de Buenos Aires, Universidad del Cine e New York University-Buenos Aires e autor de Filmología (Ensayos con el cine), (Manantial, 2000), Lucrecia Martel: La ciénaga (Picnic, 2007) e Una juguetería filosófica. Cine, cronofotografía y arte digital (Manantial, 2009) e El silencio y sus bordes (discursos extremos en la literatura y el cine argentinos, entre los ’60 y los ’70) (Santiago Arcos, a ser publicado).

Mediador: Jens Andermann é Professor da University of London, Birkbeck College é autor de Mapas De Poder. Una Arqueología Literaria Del Espacio Argentino (Beatriz Viterbo, 2000) e de The Optic of the State: Visuality and Power in Argentina and Brazil (University of Pittsburgh Press, 2007) e co-editor de Images of Power: Iconography, Culture And the State in Latin America (Berghahn Books, 2006) e de Galerias del progreso. Museos, exposiciones y cultura visual en America Latina (Beatriz Viterbo, 2006).

18:30 – Palestra de Encerramento

Karl Erik Schöllhammer: “Além ou aquém do realismo do choque?”. Professor associado do departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, autor de Novas Epistemologias (NAU, 1999), Além do visível - o olhar da literatura (7Letras, 2007) e de Ficção brasileira contemporânea. (Civilização Brasileira, 2009), co-editor de Linguagens da Violência (Rocco, 2000) e de Literatura e Mídia (Ed.PUC/Loyola, 2002).

Apresentador e Mediador: Jens Andermann (University of London, Birkbeck College)

terça-feira, agosto 18, 2009

guy maddin no ccbb

O CCBB do Rio abriga a partir de hoje uma mostra sobre o cinema do canadense Guy Maddin. Não conheço muito, mas gosto do que conheço. Vale dar uma olhada.

18/8 – terça-feira
18h A Música mais triste do mundo, (The Saddest Music in the World) Canadá 2003, 100 min, 35mm, p&b, 16 anos.100 min
20h Meu pai tem cem anos, (My Dad Is 100 Years Old), Canadá 2005, 16 min, p&b, com Isabella Rossellini.16 min + Marcado na mente!, (Brand Upon the Brain!) Canadá 2006, 95 min, 35mm, p&b, 16 anos
19/8 – quarta-feira
18h Visões sobre Guy Maddin, 113 min
20h Programa Curtas 1: 54 min (abaixo)
20/8 – quinta-feira
18h Meu pai tem cem anos, (My Dad Is 100 Years Old), Canadá 2005, 16 min, 35mm, p&b, com Isabella Rossellini.16 min + Covardes se ajoelham (Cowards Bend the Knee) Canadá 2003, 64 min, Beta SP, p&b, mudo, 18 anos
20h Programa Curtas 2: 52 min (abaixo)
21/8 – sexta-feira
18h Dracula: páginas do diário de uma virgem, (Dracula, Pages from a Virgin's Diary) Canadá 2002, 73 min, Beta Digital, p&b, mudo, 14 anos
20h O coração do mundo, 5 min / Arcanjo, (Archangel) Canadá 1990, 83 min, 35mm, p&b, 16 anos.83 min
22/8 – sábado
16h Contos do Hospital Gimli, 70 min18h A Música mais triste do mundo, 100 min
20h Minha Winnipeg (My Winnipeg) Canadá 2007, 80 min, 35mm, cor/p&b, 16anos.
23/8 – domingo
16h O coração do mundo, (The Heart of the World), Canadá 2000, 5 min, 35mm, p&b, mudo. + Arcanjo, 83 min
18h Programa Curtas 3: 46 min (abaixo)
20h Crepúsculo da ninfas de gelo, (Twilight of the Ice Nymphs) Canadá 1997, 92 min, Beta SP, cor, 14 anos. 100 min
25/8 – terça-feira
18h Meu pai tem cem anos, 16 min + Covardes se ajoelham (Cowards Bend the Knee) Canadá 2003, 64 min, Beta SP, p&b, mudo, 18 anos.
20h Programa Curtas 3: 46 min
26/8 – quarta-feira
18h Crepúsculo da ninfas de gelo, 100 min
20h Cuidadoso, (Careful) Canadá 1992, 100 min, Beta Digital, cor, 18 anos.100 min
27/8 – quinta-feira
18h Programa Curtas 2: 52 min
20h Contos do Hospital Gimli, (Tales from the Gimli Hospital) Canadá 1988, 70 min, Beta SP, p&b, 16 anos. 70 min
28/8 – sexta-feira
18h Dracula: páginas do diário de uma virgem, 73 min
20h Visões sobre Guy Maddin, 113 min
29/8 – sábado
16h Cuidadoso, 100 min18h Programa Curtas 1: 54 min
20h A Música mais triste do mundo, 100 min
30/8 – domingo
16h Minha Winnipeg (My Winnipeg), 80 min
18h Marcado na mente!, (Brand Upon the Brain!) Canadá 2006, 95 min, 35mm, p&b, 16 anos
20h O coração do mundo, 5 min / Dracula: páginas do diário de uma virgem, 73 min

domingo, agosto 16, 2009

coutinho

Começou a Retrospectiva Eduardo Coutinho lá no IMS. Completíssima. Segue até o dia 27 de agosto. Dia 22, a exibição de “Moscou” será seguida por um debate com o cineasta, Ismail Xavier e José Carlos Avellar. Logo depois, serão lançados dois livros sobre o cineasta.

18 de agosto, terça-feira
14h00 Jogo de cena (2007, 104 min, livre)
16h00 Moscou (2009, 80 min, livre)

19 de agosto, quarta-feira
14h00 A lei e a vida (1992, 35 min, 12 anos); Seis histórias (1998, 27 min, 12 anos); Mulheres no front (1996, 35 min, 12 anos)
16h00 Santa Marta, duas semanas no morro (1987, 54 min, 12 anos); Boca de lixo (1992, 50 min, 12 anos)
18h00 Seis dias em Ouricuri (1976, 40 min, 12 anos); Teodorico, o imperador do sertão (1978, 49 min, 12 anos)
20h00 Babilônia 2000 (2001, 80 min, livre)

20 de agosto, quinta-feira
14h00 Peões (2004, 85 min, livre)
16h00 Cabra marcado para morrer (1984,119 min, 12 anos)
18h00 O fio da memória (1991, 115 min, 12 anos)
20h00 Cabra marcado para morrer (1984, 119 min, 12 anos)

21 de agosto, sexta-feira
14h00 A lei e a vida (1992, 35 min, 12 anos); Seis histórias (1998, 27 min, 12 anos); Mulheres no front (1996, 35 min, 12 anos)
16h00 Moscou (2009, 80 min, livre)
18h00 Jogo de cena (2007, 104 min, livre)
19h30 Moscou (2009, 80 min, livre)

22 de agosto, sábado
14h00 Volta Redonda, o memorial da greve (codireção Sérgio Goldemberg, 1989, 39 min, 12 anos); Os romeiros do padre Cícero (1994, 38 min, 12 anos)
17h00 Moscou (2009, 80 min, livre) [ENTRADA FRANCA]
18h30 mesa de debates com a participação de Ismail Xavier e José Carlos Avellar, e lançamento dos livros da coleção Encontros da editora Azougue.
20h00 Santo forte (1999, 80 min, 12 anos)

23 de agosto, domingo
14h00 O fio da memória (1991, 115 min, 12 anos)
16h00 Cabra marcado para morrer (1984,119 min, 12 anos)
18h00 O fio da memória (1991, 115 min, 12 anos)
20h00 Cabra marcado para morrer (1984, 119 min, 12 anos)

25 de agosto, terça-feira
14h00 Edifício Master (2002, 110 min, 12 anos)
16h00 O fim e o princípio (2005, 110 min, livre)
18h00 Santo forte (1999, 80 min, 12 anos)
20h00 Moscou (2009, 80 min, livre)

26 de agosto, quarta-feira
14h00 Jogo de cena (2007, 104 min, livre)
16h00 Babilônia 2000 (2001, 80 min, livre)
18h00 Peões (2004, 85 min, livre)
20h00 Moscou (2009, 80 min, livre)

27 de agosto, quinta-feira
14h00 O fim e o princípio (2005, 110 min, livre)
16h00 Seis dias em Ouricuri (1976, 40 min, 12
anos); Teodorico, o imperador do sertão (1978, 49 min, 12 anos)
18h00 Edifício Master (2002, 110 min, 12 anos)
20h00 Moscou (2009, 80 min, livre)

quarta-feira, agosto 12, 2009

stroszek


Gostei muito de “Stroszek” (1976). Muito mesmo. Werner Herzog escreveu o filme especialmente para Bruno S. - um cantor de rua com uma leve deficiência mental e muitas passagens por reformatórios -, que havia sido descoberto pelo próprio cineasta alemão em “O Enigma de Kaspar Hauser”. Desiludidos com a vida alemã, Bruno, seu amigo Scheitz e a prostituta Eva (tanto o protagonista, quanto os demais personagens, usam os nomes dos próprios atores) viajam para os Estados Unidos. Os problemas, no entanto, não tardam. Mas “Stroszek” não é um filme de denúncia. Não é filme interessado em desmascarar o sonho americano. “Stroszek” é antes de tudo um filme sobre a história desses três personagens à deriva em um mundo que não foi feito para eles.

Ao longo do filme, o que sinto é essa uma sensação de absoluto isolamento de cada um desses personagens (de todos eles, não apenas os protagonistas), abandonados no mundo. A câmera de Herzog acompanha inquieta as suas criaturas e pinta um mundo perverso, onde tudo é efêmero, como a casa que chega já pronta, trazida por um caminhão, e, da mesma maneira, é levada de volta. Herozg filma o confronto entre o apelo de seus personagens e o silêncio irracional do mundo.

Antes de ser belo, “Stroszek” é justo, justíssimo. Herzog ainda garante aos seus personagens uma espécie de vingança para com o mundo. É assim que vejo o desfecho do filme. A seqüência começa em círculos: a galinha dançarina, Bruno passeando no teleférico e o caminhão pegando fogo. O mundo se vê impotente. “Há um caminhão pegando fogo, não consigo encontrar o interruptor para desligar o teleférico dos esquiadores e não consigo parar a máquina da galinha dançarina”, diz um policial. “Mandem um eletricista”, responde o seu comandante. Segue então dois minutos da galinha dançando sem parar. O que vemos antes de tudo é uma contradição. Diante dessas imagens, tentamos agregar algum sentido. Mas é inútil esforçar-se para ser convincente. Herzog e seus personagens não nos deixam esquecer disso. Em “Stroszek”, o mundo não é tão racional, nem irracional. É irracionável, e nada mais do que isso. A razão constata os seus limites e nega a si mesma. É simplesmente absurdo. Um desfecho perturbador.

Na Internet, encontrei essa pequena entrevista em português de Portugal:

Werner Herzog: É como o fim de Stroszek, por exemplo, com a galinha dançante. Mas, na altura, a equipa técnica ou quase todos nas filmagens odiaram o filme de tal forma que por fim o director de fotografia se recusou a filmá-lo (ao plano) e disse: "Vamos almoçar agora, se queres filmar essa merda." E eu disse: "Vou filmar esta merda, claro". E tentei dizer-lhes. "Não percebem que há algo muito muito grande aqui?" E ninguém o via. Era mesmo grande. Ainda é uma das melhores coisas que filmei na minha vida.

Offscreen: É um dos finais mais bonitos de um filme...

Werner Herzog: Até a equipa que eu paguei e que me era leal entrou em greve.

Offscreen: Estava a cena no guião inicialmente?
Werner Herzog: Não me lembro. Acho que estava no guião. Sim! Acho mesmo que estava no guião. Mas não tenho a certeza absoluta, devia dar uma vista de olhos no guião.

Offscreen: E uma coisa sobre essa cena é uma rara ocorrência de montagem intercalada de diferentes coisas que ocorrem simultaneamente, de Bruno nas montanhas aos animais (galinhas, patos, coelhos) dançando e tocando música e para o camião a arder andando aos círculos lá fora. Normalmente, as suas cenas são segmentos bastante largos, passados num local, numa situação, frequentemente tomadas longas...

Werner Herzog: Sim, mas os animais dançam ainda algum tempo, portanto agarramo-nos a isso. O problema era que as galinhas não dançavam mais do que 15 segundos e depois retiravam-se. Colocamo-las em treino especial para que dançassem tanto quanto pudessem. Quando se punha uma moeda na máquina, a música tocava e a galinha dançava. Como recompensa recebia algum milho. Estavam acostumadas a dançar entre 3 a 5 segundos. Mantive-as em treino por uns par de meses para que dançassem tanto quanto pudessem. Mas só dançavam durante 15 segundos. O problema é que não me conseguia safar com um final que fosse um plano de 15 segundos. Tinha bastantes planos desses e tive que os juntar. Ficava sempre um jump cut. Portanto, também havia razões técnicas por trás disso. Muitas vezes não é uma ideologia ou algo parecido que está por trás de alguma coisa. »

Abaixo, duas cenas do filme.

cena final

bruno canta

sábado, agosto 08, 2009

bressame no mam

O MAM celebra neste sábado (8) os quarenta anos de duas obras-primas de Julio Bressane.

16h

Matou a família e foi ao cinema (1969)

18h

O Anjo nasceu (1969)

john hughes morreu

John Hughes ("Gatinhas e gatões", "Clube dos cinco", "Curtindo a vida adoidado") morreu nesta quinta. Infarte.