sexta-feira, abril 02, 2010

desabafo 1


“Histórias de amor duram apenas 90 minutos” me deixou triste pra burro. Pois é, sai desesperançoso do filme de Paulo Halm. É um cinema sem verdade, sem tesão, sem sentimento. Sabe como é? A metalinguagem já vem no título. O afetado flashback inicial. O jazz inteligente. A lapa hedonista. Tudo aqui tem o seu valor de face, explorado sem nenhum disfarce. Em determinado momento, o narrador-protagonista diz que sua mulher é como uma personagem de filme francês, “linda inteligente e fria”. Mas não se engane. Ela é isso mesmo, uma personagem de filmes francês. O nosso narrador também não foge à triste regra desse longa. Como ele mesmo diz, o personagem de Caio Blat é um “babaca metido à escritor”. Sacou? E o pior de tudo isso, é uma espécie de complexo de superioridade no qual a narrativa desse filme desfila, plano após plano. É como se cineasta nos afirmasse a todo momento que ele sabe o que é bom, rejeitando ao mesmo tempo as “besteiras” hollywoodianas e os experimentos mais “modernos”, nem popular demais, nem cabeça em demasiado. E o público presente ria, ria...

Nenhum comentário: