sábado, julho 06, 2013

viva a indústria cultural

Estava voltando pra casa. Tinha acabado de ver “Van Gogh” (1991), outra grande obra de Maurice Pialat. Peguei um taxi, em frente ao Cine Humberto Mauro.

“Boa noite. Pra rodoviária. Por favor”.

O taxista acenou com a cabeça e permaneceu em silêncio. Alguns minutos se passaram. De repente, aumentou o volume do rádio. Mais alto. E mais alto. A impressão era a de que tentava se conter, mas não conseguia. O volume estava tão alto, aquilo era tão fora do normal, que fiquei um pouco sem reação. Uma música começava. Era a Dido. Quando me inclinei para falar com o taxista, ele começou a cantar. Alto, e num inglês perfeito. Paramos num sinal. Ele fechou os olhos, e curtiu o refrão. Eu precisava participar daquilo. Quando chegou a vez do refrão, tentei cantar com ele. O taxista se voltou pra mim e sorriu. Éramos, ambos, um único sorriso.

A música termina. A rodoviária está próxima. Eu me apresento. Ele responde. Apertamos as mãos. Tentei pagar. Ele não deixou.

“O dinheiro vai sujar o momento”, disse ele. “Só não esqueça do Joel do taxi aqui de BH, fã da Dido”.

Essa era a música:


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