sábado, julho 16, 2011

o corpo

Outro dia, estava zapeando pela TV e esbarrei nesta cena de perseguição abaixo, de "Caçadores de emoção" (1991), de Kathryn Bigelow. E o que mais me impressionou foi mesmo uma espécie de outro estatuto ou olhar sobre o corpo. Vejam a cena, especialmente a parte da perseguição a pé. É curioso como o corpo neste filme tem os seus limites. Limites físicos mesmo. A câmera não pensa em ultrapassar a porta. E o corte não vem exatamente socorrê-la. Pois "socorro" já seria dizer que a câmera queria ultrapssar aquela porta, seria dizer que o novo olhar que o cinema contemporãneo lança ao corpo já estaria ali prefigurado. E não é isso. Não era impossível técnicamente, era, sobretudo, inimaginável ou sem sentido. Hoje, no entanto, se compararmos esta cena com as perseguições dos filmes do "Homem Aranha", por exemplo, o que vemos é um corpo diferente, maleável, volátil, virtual, talvez mais livre, mas ao mesmo tempo mais arrogante em um certo sentido.



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