sexta-feira, novembro 20, 2009

cine bh, semana do cinema nancional e ims

Lá na Cinética, um breve texto sobre o Cine BH.

Hoje começa a Semana do Cinema Nacional. Até o dia 26 de novembro, na quase totalidade dos cinemas que exibem filmes brasileiros, o ingresso inteiro vai custar apenas 6 reais. Aproveitem, porra!

E o IMS abriga uma mostra cinema/pintura. Pelo menos duas obras-primas serão exibidas: "A bela intrigante" do Rivette, e "Van Gogh", de Maurice Pialat.

A programação:

Sábado 21

16h00 Paixão (Passion), de Jean-Luc Godard (França/Suíça, 1982, 88 min, 16 anos)

18h30 A bela intrigante (La Belle noiseuse), de Jacques Rivette (França/Suíça, 1991, 240 min, 14 anos)


Domingo 22

16h00 A barriga do arquiteto (The Belly of an Architect), de Peter Greenaway (Reino Unido/Itália, 1987, 118 min, 16 anos)

18h30 A bela intrigante (La Belle noiseuse), de Jacques Rivette (França/Suíça, 1991, 240 min, 14 anos)



Terça 24

16h00 Goya (Goya en Burdeos), de Carlos Saura (Espanha/Itália, 1999, 106 min, 14 anos)

18h00 Sombras de Goya (Goya’s Ghosts), de Milos Forman (EUA/Espanha, 2006, 113 min, 14 anos)

20h00 A barriga do arquiteto (The Belly of an Architect), de Peter Greenaway (Reino Unido/Itália, 1987, 118 min, 16 anos)


Quarta 25

16h30 Goya (Goya en Burdeos), de Carlos Saura (Espanha/Itália, 1999, 106 min, 14 anos)

19h00 Van Gogh, de Maurice Pialat (França, 1991, 158 min, 14 anos)

Quinta 26

16h30 Sombras de Goya (Goya’s Ghosts), de Milos Forman (EUA/Espanha, 2006, 113 min, 14 anos)

Sexta 27

16h30 Paixão (Passion), de Jean-Luc Godard (França/Suíça, 1982, 88 min, 16 anos)

19h00 E la nave va, de Federico Fellini (Itália/França, 1983, 128 min, livre)

Sábado 28

14h00 Elogio ao amor (Éloge de l’amour), de Jean-Luc Godard (França/Suíça, 2001, 97 min, 12 anos)

16h30 Paixão (Passion), de Jean-Luc Godard (França/Suíça, 1982, 88 min, 16 anos)

19h00 E la nave va, de Federico Fellini (Itália/França, 1983, 128 min, livre)

Domingo 29

14h00 Sombras de Goya (Goya’s Ghosts), de Milos Forman (EUA/Espanha, 2006, 113 min, 14 anos)

16h30 Elogio ao amor (Éloge de l’amour), de Jean-Luc Godard (França/Suíça, 2001, 97 min, 12 anos)

19h00 E la nave va, de Federico Fellini (Itália/França, 1983, 128 min, livre)

segunda-feira, novembro 09, 2009

a lista do 'times'

Eu vi agora há pouco a lista dos 100 melhores filmes da década segundo o "The Times". Nada de Eugene Green, Claire Denis, Tsai Ming-liang, Apichatpong, Pedro Costa, Manoel de Oliveira, Vans Sant, Ferrara, Kiarostami, Ayoama, Dardennes... Terrível!

Seguindo o Sérgio Alpendre do Chip Hazard, colo a lista abaixo com as minhas cotações. Em negrito estão aqueles que poderiam entrar na minha lista.


1. Caché (Michael Haneke, 2005) ****
2. A Supremacia Bourne/O Ultimato Bourne (Paul Greengrass, 2004, 2007) **
3 Onde os Fracos Não Têm Vez (Joel Coen, Ethan Coen, 2007) ****
4 O Homem-Urso (Werner Herzog, 2005) ****
5 Team America: Detonando o Mundo (Trey Parker, 2004) **
6 Quem Quer Ser um Milionário? (Danny Boyle, 2008) °
7 O Último Rei da Escócia (Kevin Macdonald, 2006) *
8 Cassino Royale (Martin Campbell, 2006) ***
9 A Rainha (Stephen Frears, 2006) ***
10 Hunger (Steve McQueen, 2008) ****
11 Borat (Larry Charles, 2006) ****
12 A Vida dos Outros (Florian Henckel von Donnersmarck, 2006) **
13 This Is England (Shane Meadows, 2007) **
14 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (Cristian Mungiu, 2007) ***
15 A Queda (Oliver Hirschbiegel, 2004) **
16 Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Michel Gondry, 2004) ***
17 O Segredo de Brokeback Mountain (Ang Lee, 2005) ****
18 Deixe Ela Entrar (Tomas Alfredson, 2008) ****
19 Vôo United 93 (Paul Greengrass, 2006) **
20 Donnie Darko (Richard Kelly, 2001) ***
21 Boa Noite, e Boa Sorte (George Clooney, 2005) ***
22 Longe do Paraíso (Todd Haynes, 2002) ****
23 O Equilibrista (James Marsh, 2008) **
24 Extermínio (Danny Boyle, 2002) **
25 Dançando no Escuro (Lars Von Trier, 2000) ****
26 Minority Report (Steven Spielberg, 2002) **
27 Sideways - Entre Umas e Outras (Alexander Payne, 2004) **
28 O Escafandro e a Borboleta (Julian Schnabel, 2007) **
29 Quero ser John Malkovich (Spike Jonze, 2000) ***
30 Irreversível (Gaspar Noé, 2002) *
31 Iraq in Fragments (James Longley, 2006) **
32 Gladiador (Ridley Scott, 2000) ***
33 Um Casamento à Indiana (Mira Nair, 2002) **
34 Procurando Nemo (Andrew Stanton/Lee Unkrich, 2003) *****
35 E Sua Mãe Também (Alfonso Cuarón, 2002) ***
36 Na Captura dos Friedmans (Andrew Jarecki, 2004) ***
37 Amor à Flor da Pele (Wong Kar Wai, 2000) *****
38 Cidade dos Sonhos (David Lynch, 2001) *****
39 Encontros e Desencontros (Sofia Coppola, 2003) ****
40 Syriana (Stephen Gaghan, 2005) **
41 Filhos da Esperança (Alfonso Cuarón, 2006) ***
42 Os Incríveis (Brad Bird, 2004) ****
43 Batman - O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan, 2008) **
44 Sob a Areia (François Ozon, 2000) ***
45 Touching the Void (Kevin Macdonald, 2003)
46 Traffic (Steven Soderbergh, 2000) **
47 My Summer of Love (Pawel Pawlikowski, 2004) **
48 Pequena Miss Sunshine (Jonathan Dayton/Valerie Faris, 2006) **
49 Ligeiramente Grávidos (Judd Apatow, 2007) *****
50 O Senhor dos Anéis: O retorno do Rei (Peter Jackson, 2003) **
51 O Quarto do Filho (Nanni Moretti, 2001) ****
52 O Jardineiro Fiel (Fernando Meirelles, 2005) **
53 Milk (Gus Van Sant, 2008) **
54 Papai Noel às Avessas (Terry Zwigoff, 2003) ***
55 Chopper (Andrew Dominik, 2000)
56 Volver (Pedro Almodovar, 2006) ****
57 The Consequences of Love (Paolo Sorrentino, 2004)
58 Shaun of the Dead (Edgar Wright, 2004) **
59 Ser e Ter (Nicolas Philibert, 2002) ***
60 A Lula e a Baleia (Noah Baumbach, 2005) **
61 A Viagem de Chihiro (Hayao Miyazaki, 2001)
62 O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (Adam McKay, 2004) ****
63 Sangue Negro (Paul Thomas Anderson, 2007) ***
64 A Criança (Jean-Pierre Dardenne/Luc Dardenne, 2005) ****
65 Valsa Com Bashir (Ari Folman, 2008) ***
66 Cidade de Deus (Fernando Meirelles, Katia Lund, 2002) ***
67 Gomorra (Matteo Garrone, 2008) **
68 Memento (Christopher Nolan, 2000) *
69 Persépolis (Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi, 2007) ***
70 Entre os Muros da Escola (Laurent Cantet, 2008) ***
71 Monstros S/A (Pete Docter/David Silverman/lee Unkrich, 2001) *
72 Guerra ao Terror (Kathryn Bigelow, 2008) ***
73 De Tanto Bater, Meu Coração Parou (Jacques Audiard, 2005) **
74 O Labirinto do Fauno (Guillermo Del Toro, 2006) ***
75 Fale com Ela (Pedro Almodóvar, 2002) *****
76 Control (Anton Corbijn, 2007) **
77 Tiros em Columbine (Michael Moore, 2002) **
78 As Confissões de Schmidt (Alexander Payne, 2002) *
79 Le Grand Voyage (Ismael Ferroukhi, 2004) **
80 Eu, Você e Todos Nós (Miranda July, 2005) *
81 In The Loop (Armando Iannucci, 2009)
82 As Coisas Simples da Vida (Edward Yang, 2000) *****
83 Ventos da Liberdade (Ken Loach, 2006) **
84 Hotel Ruanda (Terry George, 2004) *
85 A Professora de Piano (Michael Haneke, 2001) **
86 O Orfanato (Juan Antonio Bayona, 2007) **
87 Time and Winds (Reha Erdem, 2006)
88 Os Excêntricos Tenenbaums (Wes Anderson, 2001) ****
89 Escola de Rock (Richard Linklater, 2003) ****
90 Penetras Bons de Bico (David Dobkin, 2005) ****
91 Lantana (Ray Lawrence, 2001) ***
92 Coisas Belas e Sujas (Stephen Frears, 2002) **
93 O Clã das Adagas Voadoras (Zhang Yimou, 2004) **
94 Uma Verdade Inconveniente (Davis Guggenheim, 2006) *
95 Amores Brutos (Alejandro González Iñárritu, 2000) **
96 Morvern Callar (Lynne Ramsay, 2002)
97 Sympathy for Lady Vengeance (Park Chan-Wook, 2005) *
98 Crash (Paul Haggis, 2004) °
99 Battle Royale (Kinji Fukasaku, 2000)
100 O Diabo Veste Prada (David Frankel, 2006) *

mostras

O Fórum de Cultura lá da UFRJ exibe essa semana uma mostra com filmes do diretor argentino Martin Rejtman. De segunda a quinta, 9 a 12 de novembro, serão exibidos, respectivamente, os filmes "Rapado", "Los Guantes Mágicos", "Copacabana" e "Silvia Prieto". O evento acontece no Salão Moniz de Aragão do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, às 19 horas. A entrada é franca.

Hoje rola a sessão do Novíssimo Cinema Brasileiro, lá no Cine Glória, às 19h30. Os filmes: "As vilas volantes", de Alexandre Veras, e "Vidança" e "Primas", ambos de de Salomão Santana.

E o Estação Ipanema abriga até o fim da semana a 3ª Mostra Rock-Totem. Vejam a programação.

terça-feira, novembro 03, 2009

inacio

Este domingo a Folha de São Paulo publicou uma entrevista com o Jean Michel Frodon, ex-editor da "Cahiers du Cinema".

Pois faço minhas as palavras de Inácio Araújo a respeito da entrevista. Leiam lá.

FOLHA - Como vai o cinema brasileiro?
JEAN-MICHEL FRODON
- É um cinema sem maior brilho. Vi alguns documentários interessantes, mas o cinema brasileiro não é tão bom quanto poderia ser, ou o quanto imaginamos que seria. O último filme brasileiro do qual eu gostei foi "Mutum".

FOLHA - Houve algum momento, além do cinema novo, em que o Brasil chamou a atenção da crítica internacional?
FRODON
- Havia muita expectativa quando o Brasil voltou a ser um país democrático e, depois, a esperança de que o fenômeno Walter Salles não fosse isolado. Mas a promessa não se cumpriu. A Globo soube tirar vantagem do desenvolvimento do país e isso teve efeitos sobre o cinema.

FOLHA - Por o cinema brasileiro era visto como promessa?
FRODON
- Porque o Brasil parece um país obviamente feito para o cinema. As paisagens, a riqueza cultural, a genialidade de um diretor como Mário Peixoto... Alguém poderia até questionar o seguinte: os mesmos ingredientes que fazem o futebol brasileiro ser único não poderiam ser também utilizados no cinema? O Brasil vem ganhando visibilidade internacional e poderia traduzir esse movimento histórico em filmes, mas, ao contrário da China e de outros países asiáticos, não tem feito isso.

FOLHA - O senhor vê algo de brasileiro em filmes como "Ensaio sobre a Cegueira" ou "O Jardineiro Fiel", de Fernando Meirelles?
FRODON
- Eu os vejo como filmes internacionais. E ruins.

FOLHA - E o que aconteceu com a "buena onda" argentina?
FRODON
- Bons diretores continuam sendo bons diretores, como Lucrecia Martel. Mas a boa onda do jovem cinema argentino foi interrompida. O México também tem coisas interessantes, mas a construção de algo de longo prazo, sólido, me parece distante.

FOLHA - Por que, a despeito do frescor que muitos estrangeiros enxergam na América Latina, o cinema da região não se desenvolve? É um problema econômico ou cultural?
FRODON
- Certamente, não é econômico, e sim de dependência cultural de Hollywood.

FOLHA - O senhor citou o cinema asiático. O que tem vindo de lá?
FRODON
- Um cinema dinâmico, que capta o movimento econômico da região. Tem me chamado a atenção o que vem de países como Tailândia, Filipinas, Malásia. Há muitos jovens diretores e um forte realismo na maneira de filmar. Eles mostram o interior, as periferias, mas se apoiam muito na relação das pessoas com os celulares e a internet. A tecnologia é traduzida numa nova textura de imagens, muitas delas digitais. Os personagens estão nesse ambiente digital.

FOLHA - Eles têm apoio estatal?
FRODON
- Não, mas há uma grande solidariedade entre os diretores, um participa e apoia o filme do outro. Eles conseguiram criar uma pequena indústria porque fazem filmes muito baratos.

FOLHA - Vivemos num mundo sobrecarregado de imagens. Qual o papel do cinema nesse contexto?
FRODON
- O cinema deixou de ser dominante na construção do imaginário coletivo, mas ainda tem um grande poder. Nunca tanta gente viu tantos filmes, nunca tantos filmes foram produzidos em tantos lugares. Mas todas as pessoas querem ver os mesmos poucos filmes, ao mesmo tempo. O grande desafio, hoje, é reabrir o espaço para 95% do cinema contemporâneo, que tem mais e mais dificuldade de existir, de ser visto pelo público em geral.

FOLHA - Que papel tem a crítica nesse cenário?
FRODON
- Chamar a atenção para todo esse outro cinema. No meio de tanta oferta, é possível escolher de duas maneiras. Numa delas, o mercado diz o que você deve ver, por meio do marketing, e você obedece. A outra maneira é dividir opiniões e gostos com quem não tem interesses comerciais e decidir por você mesmo. Nesse sentido, a crítica é cada vez mais necessária. Ela pode funcionar como uma espécie de contrapeso às estratégias de marketing, mais e mais ferozes.