quarta-feira, fevereiro 23, 2011

cineclune cinética

Amanhã tem Cineclube Cinética lá no IMS com uma dupla da pesada. Às 17h15 passa "O dinheiro" (1983), de Robert Bresson; e às 19h é a vez de "Gente da Sicília" (1999), de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. É só clicar nos títulos para ler mais sobre os filmes.




sábado, fevereiro 19, 2011

cisne negro °

"Cisne negro" é hiperativo. "Cisne negro" é obsessivo. "Cisne negro" é desesperado. "Cisne negro" é uma receita. "Cisne negro" é apelativo. "Cisne negro" é uma chantagem. "Cisne negro" é kitsch. "Cisne negro" é petulante. "Cisne negro" é o óbvio ululante. "Cisne negro" é cego. "Cisne negro" é um tubo de ensaio. "Cisne negro" é uma mentira. "Cisne negro" não termina. "Cisne negro" é chato pra caralho! Porra!

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

tio boomee ***


Apichatpong Weerasethakul me agrada bastante. Ver um filme dele é tornar-se parte de um mundo movediço. É fazer parte de um movimento de recuperação de uma dimensão pré-lógica ou pré-predicativa da experiência e de sua ambigüidade e indeterminação (embora isso jamais se torne propriamente uma questão para os filmes). O mundo descrito em "Tio Boomee", como em todos os longas de Weerasethakul (com a estranha exceção de "The adventures of Iron Pussy"), é, antes de mais nada, um mundo físico, em seus interstícios, em seu movimento microscópico e permanente, que se confunde, se identifica com o aspecto sensorial dos personagens, corpos que interagem com a paisagem, com os corpos da natureza, animados ou inanimados. É um cinema de abstrações, sem perder a emoção. O cineasta joga os corpos para dentro da natureza, empreende um movimento centrípeto e puxa tudo para dentro da paisagem e da geografia movediça. O sensorial acaba transformando a narrativa e a natureza numa coisa só.

Embora essa seja uma marca de seu cinema, o desenho de som jamais foi tão importante, carregado de vida e sentidos quanto em "Tio Boomee". Esta é uma história sobre reencarnações e transmigrações. E é o som que nos torna conscientes das vidas que cercam os personagens, o farfalhar das folhas, os mosquitos, os pássaros, etc. Weerasethakul vem nos dizer mais uma vez que o problema ontológico é aquele ao qual se subordinam todos os outros e por isso mesmo a ontologia não pode ser um teísmo, um naturalismo ou um humanismo.

Ainda assim, "Tio Boomee" talvez seja mesmo o filme de Weerasethakul que eu gosto menos. A beleza de seu cinema é tão particular que, para aqueles que já o conhecem, a primeira longa seqüência de "Tio Boomee" não será exatamente uma revelação, mas talvez um movimento de assinatura. O exotismo é logo ali, é verdade, mas não é o que vejo no filme. Gosto muito também da seqüência da caverna. Por várias razões. É como se os personagens estivessem voltando no tempo sem sair do presente. Os desenhos rupestres são como assinaturas (reconhecidas em cartório) de um mundo no tempo. Pouco depois, a pequena "piscina" onde vivem peixinhos na escuridão completa nos abre os olhos para espaços em que jamais imaginávamos ter vida. E em meio a tudo isso, Boomee está morrendo.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

us go home


Esta cena aí é incrível! Claire Denis é incrível! “US GO home” é incrível! Gregoire Colin é incrível! O Kinks é incrível! É uma seqüência tão absurdamente simples, porém algo tão alienígena. Penso bastante na questão do plano seqüência. Porque essa opção pelo plano longo se faz em termos diferentes daqueles usados no cinema moderno. Embora passe por isso, a idéia não é exatamente a de que a duração do plano deva coincidir com a duração do evento. Não se trata somente de respeitar a “ambigüidade ontológica da realidade”, como dizia Bazin. Há algo diferente aqui.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

fronteiras

Um texto meu publicado na Revista Fronteiras. Basta clicar aqui. Abaixo o resumo:

O objetivo deste artigo é observar como o cinema enquadra o Holocausto, problematizando uma discussão cada vez mais freqüente da banalização do Holocausto no cinema: a banalidade do mal multiplicada pelo mal da banalidade. Analisamos três filmes recentes (O Leitor, Operação Valquíria, e A queda!) e a obra Shoah (1985), para pensar sobre a memória e a responsabilidade que ela encerra: lembrar para que não se repita, sem permitir que essa lembrança se torne um produto. Nesse sentido, nos aproximamos de Walter Benjamin e de seus conceitos de rememoração e história. Por fim, tratamos do longa A questão humana, um filme diferente sobre o nazismo.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

malu de bicicleta **


A sinopse de “Malu de Bicicleta” nos passa a idéia de uma comédia romântica como muitas, é verdade. Mas Tambellini é um realizador diferente. Não há aqui aquele desejo desesperado por uma certa originalidade. Tambellini não quer o grande filme. Muito pelo contrário. Seu cinema segue com uma atenção incomum às locações. Tambellini é um cronista urbano atento. Em “Malu”, ele passeia por São Paulo e pelo Rio, e as cidades definem de certa maneira os personagens (a despojada e solar Malu e o moderno e algo soturno Luiz).

“Malu” não tem um compromisso com a unidade narrativa. É um filme aberto, que se faz na soma, na sucessão de seqüências. Tambellini faz um cinema um tanto alheio às convenções narrativas rigorosas. Assim como em “O passageiro”, há um desejo explícito de falar com uma geração mais nova, algo curiosamente demarcado pela presença de Tambellini em ambos os filmes (numa como o pai de uma das meninas e agora como um advogado que já morreu). Trata-se mesmo de um cineasta bem particular e corajoso, sem receio de buscar angulações inusitadas, durações estranhas, uma trilha diferente (mais uma vez assinado por Dado Villa-Lobos, o mesmo de “O passageiro”). Suas (muitas) imperfeições são suas e de mais ninguém. Em seus melhores momentos, “Malu” nos seduz com uma atenção mais detida nos detalhes, nos olhares, que fazem a história seguir adiante com um sabor diferente do usual. Tambellini dirige um retrato de dentro, mantendo distância dos julgamentos sobre os personagens, mas sem inocentá-los pelos erros que cometem.

Sem dúvida nenhuma, “Malu” é um filme sobre neurose, mas sempre mantém uma pegada suave. Talvez seja essa a crítica mais pertinente a ser feita a respeito deste longa. Tambellini conduz uma trama de ciúmes à lá “Capitu” (Machado de Assis), porém de maneira limpa e aparentemente imutável. O cineasta possui talvez um comedimento, um receio em usar cores mais fortes. “Malu” fica entre a comédia, o romance e o drama. Quando Luiz começa a desconfiar de Malu, o filme não parece acompanhá-lo e assume então um tom mais, digamos, “frio”. Em seus piores momentos “Malu” parece não acreditar nos problemas vividos por seus personagens.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

duane allman é o cara

O jovem Duane Allman, como guitarrista contratado, viajando, nota por nota, em uma música de Boz Scaggs:



E ao vivo a cores com The Allman Brothers Band:

terça-feira, fevereiro 01, 2011

luc moullet no ccbb

O CCBB abriga a partir de hoje uma mostra com filmes de Louc Moullet, um cineasta bem particular, ainda na ativa, e um dos maiores críticos que passaram pela "Cahiers du Cinéma". Vejam a programação abaixo:

1/02 terça-feira

18H30
OBRA-PRIMA? (13´) – Luc Moullet /
JEAN-LUC SEGUNDO LUC (7´) – Luc Moullet
O HOMEM DA RAVINA (55´) – Gerard Courant
Classificação indicativa: 14 anos

20H
BRIGITTE E BRIGITTE (75´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

2/02 quarta-feira

16H30
FOIX (13´) – Luc Moullet
AS POLTRONAS DO CINE ALCAZAR (52´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

18H30
SEM TÍTULO (4´) – Luc Moullet
OS MINUTOS DE UM FAZEDOR DE FILMES (13´) – Luc Moullet
MINHA PRIMEIRA BRAÇADA (43´) – Luc Moullet
TENTATIVA DE ABERTURA (15´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
UMA AVENTURA DE BILLY THE KID (77´) – Luc Moullet
Classificação indicativa:14 anos

3/02 quinta-feira

18H30
OS NÁUFRAGOS DA D17 (81´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
ANATOMIA DE UMA RELAÇÃO (82´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

4/02 sexta-feira

16H30
OS NÁUFRAGOS DA D17 (81´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

18H30
UMA AVENTURA DE BILLY THE KID (77´) – Luc Moullet
Classificação indicativa:14 anos

20H
SEM TÍTULO (4´) – Luc Moullet
OS MINUTOS DE UM FAZEDOR DE FILMES (13´) – Luc Moullet
MINHA PRIMEIRA BRAÇADA (43´) – Luc Moullet
TENTATIVA DE ABERTURA (15´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos


5/02 sábado

17H
A ODISSÉIA DO 16/9 (11´) – Luc Moullet
LA SEPT SEGUNDO JEAN E LUC (13´) – Luc Moullet
O FANTASMA DE LONGSTAFF (20´) – Luc Moullet
A VALSA DA MÍDIA (27´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
GÊNESE DE UM REFEIÇÃO (117´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

6/02 domingo

17H
UMA AVENTURA DE BILLY THE KID (77´) – Luc Moullet
Classificação indicativa:14 anos

20H
BRIGITTE E BRIGITTE (75´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

8/02 terça-feira

18H30
TERRAS NEGRAS (19´) – Luc Moullet
O LITRO DE LEITE (13´) – Luc Moullet
ALGUMAS GOTAS A MAIS (6´) – Luc Moullet
UM BIFE PASSADO DO PONTO (19´) – Luc Moullet
CAPITO? (8´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
GÊNESE DE UM REFEIÇÃO (117´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

9/02 quarta-feira

18H30
BRIGITTE E BRIGITTE (75´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
OBRA-PRIMA? (13´) – Luc Moullet
JEAN-LUC SEGUNDO LUC (7´) – Luc Moullet
O HOMEM DA RAVINA (55´) – Gerard Courant
Classificação indicativa: 14 anos

10/02 quinta-feira

18H30
A TERRA DA LOUCURA (85´) –Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H00
TERRAS NEGRAS (19´) – Luc Moullet
O LITRO DE LEITE (13´) – Luc Moullet
ALGUMAS GOTAS A MAIS (6´) – Luc Moullet
UM BIFE PASSADO DO PONTO (19´) – Luc Moullet
CAPITO? (8´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

11/02 sexta-feira

16H30
AERROPORRRTO DE ORRRRLY (6´) – Luc Moullet
EQUILÍBRIO E CEGUEIRA (5´) – Luc Moullet
TODOS NÓS SOMOS BARATAS (10´) – Luc Moullet
CADA VEZ MENOS (13´) – Luc Moullet
CADA VEZ MAIS (24´) – Luc Moullet
O IMPÉRIO DO TOTÓ (13´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

18H30
OBRA-PRIMA? (13´) – Luc Moullet
JEAN-LUC SEGUNDO LUC (7´) – Luc Moullet
O HOMEM DA RAVINA (55´) – Gerard Courant
Classificação indicativa: 14 anos

20H
A ODISSÉIA DO 16/9 (11´) – Luc Moullet
LA SEPT SEGUNDO JEAN E LUC (13´) – Luc Moullet
O FANTASMA DE LONGSTAFF (20´) – Luc Moullet
A VALSA DA MÍDIA (27´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

12/02 sábado

20H
ENCONTRO DE LUC MOULLET COM O PÚBLICO, seguido de exibição de:
VONTADE INDÔMITA (114´) – King Vidor
Classificação indicativa: 14 anos

13/02 domingo

19H30
A TERRA DA LOUCURA (85´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

15/02 terça-feira

18H30
ANATOMIA DE UMA RELAÇÃO (82´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
INTRODUÇÃO (8´) – Luc Moullet
O COMPLÔ DOS OURIÇOS (17´) – Luc Moullet
CATRACAS (14´) – Luc Moullet
IMPHY, CAPITAL DA FRANÇA (24´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

16/02 quarta-feira

18H30
INTRODUÇÃO (8´) – Luc Moullet
O COMPLÔ DOS OURIÇOS (17´) – Luc Moullet
CATRACAS (14´) – Luc Moullet
IMPHY, CAPITAL DA FRANÇA (24´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
AERROPORRRTO DE ORRRRLY (6´) – Luc Moullet
EQUILÍBRIO E CEGUEIRA (5´) – Luc Moullet
TODOS NÓS SOMOS BARATAS (10´) – Luc Moullet
CADA VEZ MENOS (13´) – Luc Moullet
CADA VEZ MAIS (24´) – Luc Moullet
O IMPÉRIO DO TOTÓ (13´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

17/02 quinta-feira

16H30
ANATOMIA DE UMA RELAÇÃO (82´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

18H30
AS CONTRABANDISTAS (80´) – Luc Moullet
Classificação indicative: 14 anos

20H
PRESTÍGIO DA MORTE (75´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

18/02 sexta-feira

16h30
PRESTÍGIO DA MORTE (75´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

18H30
A COMÉDIA DO TRABALHO (88´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
PARPAILLON (84´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

19/02 sábado

16h30
PARPAILLON (84´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

18H30
ANATOMIA DE UMA RELAÇÃO (82´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
OS HAVRES (12´) – Luc Moullet
O VENTRE DA AMÉRICA (25´) – Luc Moullet
O SISTEMA ZSYGMONDY (18´) – Luc Moullet
NO CAMPO DA HONRA (15´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20/02 domingo

16H30
A COMÉDIA DO TRABALHO (88´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos

20H
AS CONTRABANDISTAS (80´) – Luc Moullet
Classificação indicativa: 14 anos