segunda-feira, setembro 22, 2014

festival do rio

Uma lista, sem brasileiros e para além dos obrigatórios Michael Cimino e Roberto Rossellini:

Aleluia, de Fabrice Du Welz
Dois Dispáros, de Martin Rejtman
Ciúme, de Philippe Garrel
Manglehorn, de David Gordon Green
Três corações, de Noît Jacquot
Pessoas-pássaro, de Pascale Ferran
Life Itself - A vida de Roger Ebert, de Steve James
Listen Up Philip, de Alex Ross Perry
Burying the Ex, de Joe Dante
Cavalo Dinheiro, de Pedro Costa
O massacre da serra elétrica, de Tobe Hooper
Jornada do oeste, de Tsai Ming-Liang
National Gallery, de Frederick Wiseman
Incompreendida, de Asia Argento
Por cima do seu cadáver, de Takesi Miike
Solness, de Jonathan Demme
E agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto
O preço da glória, de Xavier Beauvois
La Sapienza, de Eugene Green
O cheiro da gente, de Larry Clark
Vai trabalhar vagabundo, de Hugo Carvana
A princesa de França, de Matias Pineiro
Timbuktu, de Abderrahmane Sissako
A terceira margem, de Celina Murga
Só Deus sabe, de Ben e Joshua Safdie
Nick Cave – 20.000 dias na Terra, de Iain Forsyth e Jane Pollard
Uma promessa, de Patrice Leconte
Água prateada, um autorretrato da Síria, de Osama Mohammed e Wiam Simav Bedirxan
Whiplash - Em busca da perfeição, de Damien Chazelle
Uma garota à porta, de July Jung
Corrente do mal, de David Robert Mitchell
Party Girl, de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis

* os filmes de Richar Linklater e David Cronenberg vão estrear ainda este ano.

sábado, setembro 13, 2014

em trânsito

Esse curta do Marcelo Pedroso é uma coisa fervente e passional. O cinema como uma arma!

Parece-me ter saído do mesmo impulso que o "Projeto Torres Gêmeas". Filmes sobre Recife: uma cidade cada vez mais privatizada, verticalizada, motorizada, despersonalizada, em uma sucessão de absurdos naturalizados. Pensei bastante na noção de "excluído". Isto não faz mais (se é que fez) muito sentido. É uma espécie de sacanagem conceitual. Não é exclusão, está mais para inclusão por violação. Ao fim, eu me senti absolutamente entrelaçado com aquilo, com raiva, com vergonha, instado a reagir. Reagir de alguma maneira.

Um adendo: é bem verdade que "Em trânsito" não trata somente de uma cidade, não se restringe a algo demarcável geograficamente. Há algo mais geral... modelos totalitários de conceber as coisas estão sempre sendo impostos e aceitos... Tendo, contudo, a discordar que o filme é mais forte quando deixa de ser apenas panfleto, quando não permanece essencialmente vinculado ao presente. Acho que não é por aí.

terça-feira, setembro 09, 2014

josé luis guerín no IMS

Sábado, 13

16h: Os motivos de Berta (Los motivos de Berta),de José Luis Guerín, com Sílvia Gracia,Arielle Dombasle, Iñaki Aierra, Rafael Díaz,Juan Diego Botto (Espanha, 1983. 115‘)

18h: Mesa de debate com José Luis Guerín e Hernani Heffner

20h00: Innisfree (Innisfree), de José Luis Guerín, com Bartley O’Feeney, Padraig O’Feeney, Anna Livia Ryan, Anne Slattery (Espanha, 1990. 110’)

Domingo, 14

16h: Recordações de certa manhã (Recuerdos de una mañana), de José Luis Guerín Som: Amanda Villavieja. Montagem: José Luis Guerín e Pablo Gil.Edição de som: Martín Ortega e Marisol Nievas. Produção: Núria Esquerra (Coreia do Sul/Espanha, 2011. 47’)

Duas cartas para Ana(Dos cartas a Ana),de José Luís Guerín. Fotografía: Álvaro Fernández Puig. Coreografía: MorenoBernardi. Com Moreno Bernardi, GaraziLópez de Armentia (Espanha, 2011. 28’)

18h: Trem de sombras (Tren de sombras - El espectro de Le Thuit), de José Luis Guerín, com Juliette Gaultier,Ivan Orvain, Anne Céline Auche(Espanha, 1997. 88’)

20h: Correspondência Jonas Mekas / J. L. Guerín (CorrespondênciaJonas Mekas - J. L. Guerín),de José Luis Guerín e Jonas Mekas(Espanha/EUA , 2011. 90’)

Terça-feira, 16

14h: Laboratório (1), com José Luis Guerín.

18h: Trem de sombras (Tren de sombras - El espectro de Le Thuit), de José Luis Guerín, com Juliette Gaultier, Ivan Orvain, Anne Céline Auche (Espanha, 1997. 88’)

20h: Em construção (En construcción), de José Luis Guerín, com Juana Rodríguez, Juan López, Santiago Segade, Abdel Aziz El Mountassir, Antonio Atar (Espanha, 2000. 125’)

Quarta-feira, 17

14h: Laboratório (2), com José Luis Guerín.

18h: Os motivos de Berta (Los motivos de Berta), de José Luis Guerín, com Sílvia Gracia,Arielle Dombasle, Iñaki Aierra, Rafael Díaz,Juan Diego Botto (Espanha,1983. 115‘)

20h: Guest (Guest), de José Luis Guerín, com Chantal Akerman, Tanja Czichy, Charlotte Dupont (Espanha, 2010. 124’)

Quinta-feira, 18

14h: Laboratório (3), com José Luis Guerín.

17h30: Depois do vendaval (The Quiet Man), de John Ford,com John Wayne, Maureen O’Hara, BarryFitzgerald, Ward Bond e Victor McLagen(EUA , 1952. 129’)

20h: Innisfree (Innisfree), de José Luis Guerín, com Bartley O’Feeney, Padraig O’Feeney, Anna Livia Ryan, Anne Slattery (Espanha, 1990. 110’)

Sexta-feira, 19

14h: Laboratório (4), com José Luis Guerín.

18h: O homem das multidões, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes,com Paulo André, Silvia Lourenço e Jean-Claude Bernardet (Brasil, 2013. 95’)

20h: Na cidade de Sylvia (En la ciudad de Sylvia),de José Luis Guerín, com Pilar López deAyala, Xavier Lafitte, Laurence Cordier,Tanja Czichy, Charlotte Dupont, EricDietrich (Espanha/França, 2007. 84’)

Sábado, 20

16h: Correspondência Jonas Mekas / J. L. Guerín (CorrespondênciaJonas Mekas - J. L. Guerín),de José Luis Guerín e Jonas Mekas(Espanha/EUA, 2011. 90’)

18h: Mesa de debate com José Luis Guerín e Geraldo Sarno

20h: Em construção (En construcción), de José Luis Guerín, com Juana Rodríguez, Juan López, Santiago Segade, Abdel Aziz El Mountassir. (Espanha, 2000. 125’)

Domingo, 21

16h: Algumas fotos na cidade de Sylvia (Unas fotos en la ciudad de Sylvia),de José Luis Guerín (Espanha, 2007. 67’)

Duas cartas para Ana (Dos cartas a Ana), de José Luis Guerín (Espanha, 2011. 28’)

18h: Na cidade de Sylvia (En la ciudad de Sylvia), de José Luis Guerín, com Pilar López deAyala, Xavier Lafitte, Laurence Cordier,Tanja Czichy (Espanha/França, 2007. 84’)

20h: Guest (Guest), de José Luis Guerín, com Chantal Akerman, Tanja Czichy,Charlotte Dupont (Espanha, 2010. 124’)

sábado, setembro 06, 2014

Ou seja: a arte não nasce como uma apreciação ou um julgamento do mundo, mas como um processo dinâmico e perpétuo de criação, recriação e experimentação de um mundo. Um processo que implica uma simultaneidade de presença e ausência, visibilidade e invisibilidade, perfeição e inacabamento, totalidade e abertura, tecido conjuntivo e diferenciado do mundo. Uma experiência irredutível à generalização, experiência que, justamente por situar-se além de nossas possibilidades, força a pensar, em uma unidade aparentemente paradoxal entre o passageiro e efêmero por natureza e o fora do tempo, sempre idêntico a si mesmo. Algo que Alberto Caeiro, um dos heterônimos mais famosos e constantes do poeta Fernando Pessoa, soube como poucos descrever:

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo.
(Caeiro, 1997: 89)

A eterna novidade do mundo. Esta talvez seja a promessa que todas as artes carregam no horizonte.