Esse curta do Marcelo Pedroso é uma coisa fervente e passional. O cinema como uma arma!
Parece-me ter saído do mesmo impulso que o "Projeto Torres Gêmeas". Filmes sobre Recife: uma cidade cada vez mais privatizada, verticalizada, motorizada, despersonalizada, em uma sucessão de absurdos naturalizados. Pensei bastante na noção de "excluído". Isto não faz mais (se é que fez) muito sentido. É uma espécie de sacanagem conceitual. Não é exclusão, está mais para inclusão por violação. Ao fim, eu me senti absolutamente entrelaçado com aquilo, com raiva, com vergonha, instado a reagir. Reagir de alguma maneira.
Um adendo: é bem verdade que "Em trânsito" não trata somente de uma cidade, não se restringe a algo demarcável geograficamente. Há algo mais geral... modelos totalitários de conceber as coisas estão sempre sendo impostos e aceitos... Tendo, contudo, a discordar que o filme é mais forte quando deixa de ser apenas panfleto, quando não permanece essencialmente vinculado ao presente. Acho que não é por aí.
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