quarta-feira, dezembro 21, 2011
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segunda-feira, dezembro 19, 2011
domingo, dezembro 18, 2011
garoto da bicicleta ***
Não sei se gosto de “O Garoto de Bicicleta”. Acho que o Francis Vogner dos Reis conseguiu sintetizar a minha sensação com os filmes mais recentes dos Dardenne em sua crítica sobre “O silêncio de Lorna”: o projeto estético-cinematográfico dos belgas anda dando sinais de saturação e não exatamente de esgotamento. É bem por aí mesmo. Ainda é possível maravilhar-se como o garoto (brilhantemente interpretado por Jérémie Renier) nos é revelado enquanto anda em sua bicicleta, como suas vontades e angústias tornam-se em geral evidentes pela maneira como ele pedala. O jogo de gato e rato entre a câmera e o personagem que tanto marca o cinema dos Dardenne também permanece sedutor e energético, assim como a precisão e objetividade narrativa dos irmãos belgas. Agora, contudo, as linhas (e seus pontos de chegada) que conjugam essa negociação entre a câmera e o corpo dos atores e dos espaços e determinadas funções narrativas, me parecem por demais visíveis. É neste sentido que a trilha supostamente bressoneana (como bem disse o Fábio de Andrade lá na Cinética) me incomoda bastante. Ele vem em três momentos do filme, como que a sublinhar viradas e fazer brotar sentimentos por demais esclarecidos, pena, piedade, compaixão. Tudo muito certinho, programático, previsível.
quinta-feira, dezembro 15, 2011
terça-feira, dezembro 13, 2011
ferrara
Ando revendo os filmes de Abel Ferrara - a minha produtora (firula filmes) aprovou uma retrospectiva do homem lá no CCBB. Eu já tinha visto quase tudo (com a exceção dos episódios do “Miami Vice” e dos filmes para a TV), e, agora, revejo os meus favoritos: “Maria” (2005), “New Rose Hotel” (1998), “The blackout” (1997), “Bad Lieutenant” (1992), “MS.45” (1981), “Dangerous game” (1993) ... É um cineasta que parece falar pra mim. Só pra mim. Tudo me chega com uma intensidade... Tudo me parece tão livre... Fico pensando de onde vem esta sensação de algo que transborda, que nos joga pra frente. Ferrara filma como se fosse o primeiro. Seus filmes são diferentes. Diferentes a ponto de serem estranhos. A cada plano, algo potencialmente novo se vislumbra e nos convoca. Tudo é possível em um filme de Ferrara. Talvez venha daí...
Aliás, já troquei alguns emails com o Ferrara. São emails com a cara do cinema de Ferrara: palavras fortes, sem tempo para vírgulas ou pontuações... e, por vezes, de uma curiosa incompreensão. Depois volto a isso.