Nestas duas últimas sextas acordei muito mal lendo algumas “críticas” de cinema do “O globo”. “Fonte da vida”, de Darren Aronofsky, e “Um bom ano”, de Ridley Scott, são dois dos piores filmes que vi nos últimos anos – escrevi sobre o primeiro por aqui e ainda falarei sobre o segundo, que também caiu nas graças do Luiz Carlos Mertem do Estadão. Aronofsky levou bonequinho aplaudindo de pé e Scott recebeu bonequinho aplaudindo, ambos por Rodrigo Fonseca. Enquanto isso, “Labirinto do Fauno”, belo filme de Guilhermo Del Toro, ficou com bonequinho dormindo sob acusações incompreensíveis de preciosismo e de excesso de melodrama e crueldade, por Ely Azeredo.
Mas o que me deixou nervoso mesmo foi o texto da Cora Rónai sobre o “Céu de Suely” publicado no sábado passado. O que foi aquilo? Mais parece uma coluna (desrespeitosa), recheada de gracejos e simplificações. “... bizarra sensação de viajar de volta aos tempos da nouvelle vague, uma onda que – ufa! – passou...”? “Será que, depois de oito horas de expediente, o cidadão que vai ao cinema para escapar da vida ainda quer uma overdose de monotonia?”? “Torce do fundo do coração, para que essa onda não pegue. Um exemplar da espécie já está de bom tamanho.”?
E olha que não é a primeira vez dela... enfim...
sábado, dezembro 02, 2006
Desabafo
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2 comentários:
Filipe,
Vc tem toda a razão quanto à violência no Del Toro.
Também concordo com tua observação a respeito da associação entre nouvelle vague e Céu de Suely... É mesmo um tanto assustador ler o despreparo de alguns "críticos" para se relacionar com o filme... Ora eles falam em nouvelle vague, ora em Antonioni, ora em Vidas Secas... Pra mim, o Karim Ainouz está mais perto dos asiáticos contemporâneos, numa espécie de versão pé sujo do Tsai Ming-liang... Acho que pe mais por aí.
Comentário tardio que possivelmente ninguém mais vai ler... mas preciso dizer que não consegui levantar da cadeira até acabarem os créditos do Labirinto do Fauno. Mesmo.
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