Estes dois filmes me deixaram um pouco entediado. Juntos, são uma experiência reveladora do que se tornou Hollywood hoje.
O “Agente 86” é exatamente aquilo que se espera de uma adaptação hollywoodiana de uma série de TV de sucesso. O longa tenta combinar uma porção cômica e o desejo pela ação. Para ser mais exato, os personagens e as relações que se dão entre eles são sempre trabalhados com humor, enquanto a ação vem travestida dos mais variados efeitos especiais. Steve Carrell é um excelente comediante, mas “O agente 86” é previsível e muito pouco ambicioso em sua competência. Nos faz rir quando é preciso, cria suspense quando necessário... cartilha seguida de perto.
Irmão da série que fez sucesso na década de 70, “O incrível Hulk” é também exatamente o que se espera de uma produção do tipo franchise: ações confusas e recheadas de efeitos e muitos buracos na narrativa. Louis Leterrier é uma grata surpresa em algumas seqüências (como a em que Rickson Gracie bate na cara de Banner, por exemplo), mas o seu “Hulk” faz um uso nada inventivo do CGI, não encontra exatamente um equilíbrio entre as gags/efeitos e uma consistência dramática, e deixa muitos buracos (proposital?) pelo caminho – além de sublinhar o caráter descartável dos filmes hollywoodianos, já que o “Hulk” (2003) de Ang Lee é tratado como se não existisse. De uma força meio amoral e destrutiva, o monstro verde se transforma em uma espécie de quase militante. O Hulk de Leterrier se encontra domesticado, em um “filme para toda a família”.
Não é que os filmes sejam ruins. Muito pelo contrário, eles até divertem. Mas são pura e simplesmente produtos de uma indústria, higiênicos, incolores, insossos... sem vida. Filmes de compromissos e mais compromissos. Muitos pouco ambiciosos. Feitos para serem consumidos em seus termos superficiais e efêmeros.
Irmão da série que fez sucesso na década de 70, “O incrível Hulk” é também exatamente o que se espera de uma produção do tipo franchise: ações confusas e recheadas de efeitos e muitos buracos na narrativa. Louis Leterrier é uma grata surpresa em algumas seqüências (como a em que Rickson Gracie bate na cara de Banner, por exemplo), mas o seu “Hulk” faz um uso nada inventivo do CGI, não encontra exatamente um equilíbrio entre as gags/efeitos e uma consistência dramática, e deixa muitos buracos (proposital?) pelo caminho – além de sublinhar o caráter descartável dos filmes hollywoodianos, já que o “Hulk” (2003) de Ang Lee é tratado como se não existisse. De uma força meio amoral e destrutiva, o monstro verde se transforma em uma espécie de quase militante. O Hulk de Leterrier se encontra domesticado, em um “filme para toda a família”.
Não é que os filmes sejam ruins. Muito pelo contrário, eles até divertem. Mas são pura e simplesmente produtos de uma indústria, higiênicos, incolores, insossos... sem vida. Filmes de compromissos e mais compromissos. Muitos pouco ambiciosos. Feitos para serem consumidos em seus termos superficiais e efêmeros.
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