quarta-feira, abril 29, 2009
tati!
Jacques Tati no CCBB!!!!!!!!!!
Programação
29 de abril (quarta-feira)
17h30 - Meu tio (110 min)
19h30 - Carrossel de esperança (79 min)
30 de abril (quinta-feira)
17h30 - As férias do Sr. Hulot (114 min)
19h30 - Tempo de diversão (124 min)
1º de maio (sexta-feira)
15h30 - Carrossel de Esperança (79 min)
17h30 - Traffic (97 min)
19h30 - Parade (85 min)
2 de maio (sábado)
15h30 - Meu tio (110 min)
17h30 - As férias do Sr. Hulot (114 min)
19h30 - Tempo de diversão (124 min)
3 de maio (domingo)
15h30 - Traffic (97 min)
17h30 - Parade (85 min)
19h30 - Sparring por um dia (Curta)- Escola de Carteiros (Curta)- Curso Noturno (Curta)
sexta-feira, abril 24, 2009
feliz e milionário
simplesmente feliz ***
Mais uma vez: Mike Leigh transmite peculiaridades de "ser inglês" com um enorme rigor – o que pra mim, que morei por lá, é muito legal. Avesso aos atalhos moralistas e psicologizantes, Leigh se mostra também extremamente atento aos modos distintos com que as pessoas se relacionam. O filme começa didático, em uma série de hipérboles sobre a personagem e sua visão de mundo: Poppy anda de bicicleta distribuindo sorrisos pelo transito londrino, ela rejeita um livro da vitrine, se sente confortável na seção infantil, e faz piada até quando lhe roubam a bicicleta. Não há dúvidas. Poppy decidiu ser feliz! E ponto final. Mas Simplesmente Feliz não é uma comédia leve e alegre. Muito pelo contrário. O que Mike Leigh nos provoca é um certo incômodo. O cineasta põe a alegria de sua protagonista em questão. Ora o filme a desafia, armando confrontos mais variados (do roubo da bicicleta ao caso de violência doméstica de um dos alunos da personagem), ora é própria Poppy quem provoca essas em situações em que seu estado de espírito é posto a prova (a relação com o professor da auto-escola). Simplesmente Feliz é um filme tenso. E Sally Hawkins é incrível. Ela contagia, mas não explica.
quem quer ser um milionário? °
quem quer ser um milionário? °
Não queria dar trela para esse filme. Mas não agüentei. “Quem Quer Ser Um Milionário?” é uma afronta, uma tentativa equivocada de romance de formação e drama redentor. É uma aposta cínica em um “cinema globalizado”. Eu me senti francamente ofendido por esse filme. Logo de cara, assusta a falta de organicidade da estrutura narrativa. O filme se assume como um jogo de perguntas e respostas, e a montagem segue esquemática em um “pingue-pongue” absurdo e mirabolante – as questões são ilustradas por flashbacks que narram a história de Jamal. O que são esses personagens? E esses atores? Estão sempre tão irritantemente auto-conscientes de seus papeis e do que eles simbolizam... Jamal, o bem absoluto – os vilões diante dele são ainda mais vilões. Latika e o amor, que a tudo vence. E é claro: o dinheiro é um meio, mas nunca um fim.
Jamal viu a mãe ser morta a pauladas num conflito entre muçulmanos e hindus. Pessoas são queimadas vivas, em uma seqüência rápida como um piscar de olhos, desprovida de qualquer contextualização histórica ou religiosa. “Milionário” é um filme rasteiro como poucos. Tudo é tão incrivelmente superficial. O cinema de Boyle sempre foi uma espécie privilegiada de spot, exemplar de um certo ideal estético caro ao imaginário da propaganda. Mas dessa vez a ofensa é menos estética do que ética. A Índia é um esgoto a céu aberto. E as crianças indianas não pensam duas vezes antes de mergulharem na merda para conseguir um autógrafo. E tudo acaba em um musical (e em oscars). Dança alegre da miséria, exploração de uma cultura exótica e remixada para o gosto ocidental. Os Oscars ainda pioram a situação: agora “Milionários” vende a sensação edificante de que estaríamos vendo um mundo distante com olhos mais abertos e tolerantes.
terça-feira, abril 21, 2009
acervo da veja
A revista "VEJA" digitalizou todas suas edições de 1968 pra cá, inclusive edições especiais. É só clicar aqui.
hitchcock e truffaut
Imperdível! As firas originais da longa e famosa conversa entre Hitchcock e Truffaut! Baixe e ouça no seu computador, no mp3, no rádio do carro... Ouça!
quarta-feira, abril 15, 2009
marguerite duras
A Caixa Cultural do Rio começou a exibir a mostra “Marguerite Duras: Escrever Imagens”. É a mais completa mostra de filmes da escritora e diretora francesa já feita por estas bandas.
Programação
16/04 – quinta-feira – Cinema 1
15h00 – Seu nome de Veneza em Calcutá deserta (Son nom de Venise dansCalcutta désert, França, 1976, cor, 120 minutos)
17h00 – Agatha ou as leituras ilimitadas (Agatha ou les lecturesillimitées, França, 1981, 35 mm, cor, 90 minutos)
19h00 – Nathalie Granger (França, 1972, 35 mm, P&B, 83 minutos) ****
17/04 – sexta-feira – Cinema 1
15h00 – Cesárea (Césarée, França, 1979, 35 mm, cor, 11 minutos) +Aurélia Steiner (Melbourne) (França, 1979, 35 mm, cor, 35 minutos) + Ohomem atlântico (L'homme atlantique, França, 1981, 35 mm, cor, 42minutos)
17h00 – O navio Night (Le navire Night, França, 35mm, 1979, cor, 94 minutos)
19h00 – India Song (França, 1974, 35 mm, cor, 120 minutos) – sessãoapresentada pelo curador
18/04 – sábado – Cinema 1
15h00 – As crianças (Les enfants, co-dir. Jean Mascolo e Jean-MarcTurine, França, 1984, 35 mm, cor, 90 minutos)
17h00 – Hiroxima, meu amor (Hiroshima mon amour, dir. Alain Resnais,França/Japão, 1959, 35 mm, P&B, 90 minutos)
19h00 – O caminhão (Le camion, França, 1977, 35 mm, cor, 80 minutos) -sessão apresentada pelo curador
18/04 – sábado – Cinema 2 (exibições em DVD)
15h00 – Marguerite tal como ela é (Marguerite telle qu’en elle-même,dir. Dominique Auvray, França, 2001, vídeo, cor, 61 minutos) Legendasem espanhol
17h00 – Dias inteiros nas árvores (Des journées entières dans lesarbres, França, 1976, 35 mm, cor, 95 minutos)
19h00 – As mãos negativas (Les mains négatives, França, 1979, DVD,cor, 18 minutos) + Aurélia Steiner (Vancouver) (França, 1979, DVD,P&B, 48 minutos)
19/04 – domingo – Cinema 1
15h00 – A mulher do Ganges (La femme du Gange, França, 1972-73, 35 mm,cor, 90 minutos)17h00 – India Song (França, 1974, 35 mm, cor, 120 minutos)
19h30 – Seu nome de Veneza em Calcutá deserta (Son nom de Venise dansCalcutta désert, França, 1976, cor, 120 minutos) - sessão apresentadapelo curador
19/04 – domingo – Cinema 2 (exibições em DVD)
15h00 – As crianças (Les enfants, co-dir. Jean Mascolo e Jean-MarcTurine, França, 1984, 35 mm, cor, 90 minutos)
17h00 – Marguerite tal como ela é (Marguerite telle qu’en elle-même,dir. Dominique Auvray, França, 2001, vídeo, cor, 61 minutos) Legendasem espanhol
19h00 – Cesárea (Césarée, França, 1979, 35mm, cor, 11 minutos) +Aurélia Steiner (Melbourne) (França, 1979, 35mm, cor, 35 minutos)
21/04 – terça-feira – Cinema 1
15h00 – Amarelo, o sol (Jaune le soleil, França, 1971, 35 mm, P&B, 80 minutos)
17h00 – Cesárea (Césarée, França, 1979, 35 mm, cor, 11 minutos) +Aurélia Steiner (Melbourne) (França, 1979, 35 mm, cor, 35 minutos) + Ohomem atlântico (L'homme atlantique, França, 1981, 35 mm, cor, 42minutos)
19h00 – As mãos negativas (Les mains négatives, França, 1979, 35 mm,cor, 18 minutos) + Aurélia Steiner (Vancouver) (França, 1979, 35 mm,P&B, 48 minutos) - sessão apresentada pelo curador
22/04 – quarta-feira – Cinema 1
15h00 – Destruir, disse ela (Détruire, dit-elle, França, 1969, 35 mm,P&B, 90 minutos)
17h00 – Seu nome de Veneza em Calcutá deserta (Son nom de Venise dansCalcutta désert, França, 1976, cor, 120 minutos)
19h30 – As crianças (Les enfants, co-dir. Jean Mascolo e Jean-MarcTurine, França, 1984, cor, 90 minutos) - sessão apresentada pelocurador
23/04 – quinta-feira – Cinema 1
15h00 – Nathalie Granger (França, 1972, 35 mm, P&B, 83 minutos)
17h00 – Hiroxima, meu amor (Hiroshima, mon amour, dir. Alain Resnais,França/Japão, 1959, 35 mm, P&B, 90 minutos)
19h00 – Debate com Ismail Xavier e Stella Senra, mediação de Maurício Ayer
24/04 – sexta-feira – Cinema 1
15h00 – Agatha ou as leituras ilimitadas (Agatha ou les lecturesillimitées, França, 1981, 35 mm, cor, 90 minutos)
17h00 – Amarelo, o sol (Jaune le soleil, França, 1971, 35 mm, P&B, 80 minutos)
19h00 – O navio Night (Le Navire Night, França, 35mm, 1979, cor, 94 minutos)
25/04 – sábado – Cinema 1
15h00 – As mãos negativas (Les mains négatives, França, 1979, 35 mm,cor, 18 minutos) + Aurélia Steiner (Vancouver) (França, 1979, 35 mm,P&B, 48 minutos)
17h00 – A mulher do Ganges (La femme du Gange, França, 1972-73, 35mm,cor, 90 minutos)19h00 – O caminhão (Le camion, França, 1977, 35 mm, cor, 80 minutos)
26/04 – domingo – Cinema 1
15h00 – Hiroxima, meu amor (Hiroshima, mon amour, dir. Alain Resnais,França/Japão, 1959, 35 mm, P&B, 90 minutos)
17h00 – Agatha ou as leituras ilimitadas (Agatha ou les lecturesillimitées, França, 1981, 35 mm, cor, 90 minutos)
19h00 – India Song (França, 1974, 35 mm, cor, 120 minutos)
segunda-feira, abril 13, 2009
douglas sirk!
O Fórum de Cultura da UFRJ exibe filmes de Douglas Sirk, o mestre!
Programação
13.04 (segunda)
Sublime Obsessão (Magnificent Obsession, 1954, 108 min)
14.04 (terça)
Tudo o que o céu permite (All that Heaven Allows, 1955, 89 min)
15.04 (quarta)
Palavras ao vento (Written in the Wind, 1956, 99 min)
16.04 (quinta)
Imitação da vida (Imitation of Life, 1959, 125 min)
17.04 (sexta)
Almas torturadas (The Tarnished Angels, 1957, 91 min)
sexta-feira, abril 10, 2009
enfim... milk e lutador
o lutador ***
“O lutador” é Mickey Rourke. Seu corpo “suja” o filme e materializa as tensões de Randy. É como uma aparição, uma presença que preenche o plano. Darren Aronofsky, cineasta famoso por um estilo cheio de virtuoses (como “Réquiem para um Sonho” e “Fonte da Vida”), o filma com simpatia e "simplicidade". Uma simpatia e uma simplicidade que não são ingênuas. A câmera não deixa Rourke/Randy, mas não vê o mesmo que ele. É um personagem irremadiavelmente romântico, mas o filme é de uma tristeza acachapante - embora vez ou outra cisme em sublinhá-la ou nos explicá-la. Ademais, o longa usa muito bem o universo da luta livre, uma espécie de subproduto da industria cultural, teatralizado, porém verdadeiro. E os momentos de ringue (e seus bastidores) são muito legais. Ainda assim, Aronofsky é de uma encenação grosseira. A mão é pesada em todas as viradas e em muitos dos diálogos. Quando a história precisa seguir, o filme cai. E, nesses momentos, Randy/Rourke ficam presos nas mecânicas da dramaturgia. No fim das contas, o filme tem a cara de Randy/Rourke. Não chega a ser um ótimo filme, meio irregular, meio brusco, com algumas brechas, cenas mal encenadas, algumas sem começo, outras sem final...
Gus Van Sant tem uma trajetória curiosa. Embora seja possível identificar aqui e ali as marcas estéticas do cineasta, não deixa de ser estranho para alguém que vem de “Lost days” (2005) e “Paranoid Park” (2007) fazer esse “Milk”. Este último é uma elegia sensível e pessoal, porém “oficial”. É um filme “importante”, “correto”, “acessível”, porém “oficial”. O filme se desenrola como um fluxo de consciência, com Harvey gravando seu testemunho. O cineasta transita entre um cinema mais lacrimal e um outro da análise psicológica, expandindo o contato com o espectador sem nunca subestimá-lo - embora o filme seja por vezes irritantemente reiterativo (a coisa do menino desesperançado que liga para Harvey, a relação entre o assassinato do personagem e a encenação da ópera Tosca). Van Sant assume uma posição diretamente pessoal e dotada de um juízo de valor positivo em relação aos personagens, conquistando com carinho nossa adesão. Acho muito legal a proximidade que o Van Sant busca com os seus atores. Juntos, eles correm atrás do personagem. Os filmes de Van Sant sempre são o personagem. Não é diferente em “Milk”.
É curioso atentar para a quantidade de filmes (quase todos os indicados ao Oscar esse ano) que recorrem a certas mediações internas por meio das quais um personagem ou uma voz da consciência emitem testemunhos (que a narrativa não problematiza) e se tornam na maioria das vezes a própria voz do filme. Eles nos dizem como deveríamos ver, sentir, ouvir e entender todas as situações que o filme nos mostra.
terça-feira, abril 07, 2009
stan brakhage
Começa hoje na Caixa Cultural a mostra "Stan Brakhage - A aventura da percepção". Com a curadoria do crítico americano Fred Camper, a mostra reúne 28 filmes divididos em seis programas temáticos. Camper estará no Brasil e apresentará todos os filmes, incluindo o lendário "Dog Star Man". Não percam! Se podemos dizer que Maya Deren (sobre a qual estou escrendo algumas linhas) inventou o cinema experimental americano, foi Brakhage quem explorou todo o seu potencial. Para conferir a programação, clique aqui.
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