segunda-feira, maio 11, 2009

beijo na boca não

beijo na boca não *****

Revi pela terceira vez "Beijo na boca não". Que filme grande! Dizem que parece teatro filmado. Mas como, se quando Azéma está na cozinha e ouve o nome Eric Thomson, ela passa mal, e cai em sua cama? Ah… as elipses de Resnais, o tom que nunca se perde, a mise en scène impecável, o elenco admirável. O filme se aproxima sim do teatro, mas nunca deixa de ser cinema. "Beijo na boca não" é uma ode ao amor e às confusões amorosas. A música proclama a tenacidade do desejo. Mas todos aqui querem um parceiro. Resnais nunca foi tão Lubitsch, procurando no artifício a verdade humana. Ele cria uma misteriosa distância entre nós e a ação, mas também leva-nos diretamente ao coração dos sentimentos. Os personagens são marionetes, embora as suas emoções sejam reais. O velhinho continua em grande forma.

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