- a nova edição da La Furia Umana está no ar.
- algumas homenagens a Raul Ruiz.
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É um privilégio ver um filme de Eduardo Coutinho. Talvez ele nunca esteve tão feliz fazendo um documentário quanto neste “As canções”. E algo desta felicidade imprimi no filme. Um palco, uma cadeira, uma cortina, e pessoas conversando sobre suas vidas e canções preferidas. Coutinho é de uma simplicidade meio punk. Ao mesmo tempo, o jogo entre fato, lembrança, ficção e relato é de uma sofisticação desconcertante. Nada disso, contudo, parece realmente importante quando “experienciamos” um filme de Coutinho. “Canções” é como um presente. Vê-lo é como ganhar um presente.
Este Festival do Rio é uma bagunça. Agora mesmo cancelaram a exibição do filme do Abel Ferrara. Não consegui ver “Drive”, que disseram que não ia mais passar, mas acabou passando. Os longas de Monte Hellman e Chantal Akerman ainda não começaram a vender. E, pelo amor de Deus, quem faz a seleção dos curtas deste festival?
- “Riscado” busca uma espécie de simplicidade sofisticada. Várias texturas compõem o longa, do HDV (para a história principal) ao
O final de “Riscado”, no entanto, me incomoda. Bianca (quem não viu o filme deve parar por aqui) é desligada de maneira grosseira do filme que estava fazendo. Por que ela não poderia seguir no filme? Por que “Riscado” termina com uma derrota? Acho que este é um problema meu mesmo. Não desmereço o filme por isto, embora não possa negar que aquele final me desagrada. “Riscado” tinha o poder de dar aquela vitória, talvez a grande primeira vitória de Bianca. Eu gosto de finais felizes. Gosto de filmes felizes. “Riscado” é um filme ensolarado (recheado, é verdade, de muita mesquinharia e pequenezas) que no fim me parece duro demais com Bianca.
- "Casa de Sandro” nos desafia com uma câmera insistentemente fixa, por vezes como uma intrusa à espreita, noutras como uma convidada silenciosa. È curiosa esta dupla função. Pois somos convocados a contemplar um mundo que parece se constituir muitas vezes através desta mesma contemplação. Neste sentido, é mesmo muito legal a primeira cena de “Casa de Sandro”. Fábio Andrade falou dela lá na Cinética. “Casa de Sandro” se afirma como um exercício do olhar. Este exercício, no entanto, é a todo o momento reiterado e valorizado pelo filme. E aos poucos, a relação que o filme estabelece com o que filma esfria-se. A impressão em alguns momentos é a de que o filme já estava pronto antes de ser filmado.