sábado, março 20, 2010

divisão

Estava lendo um posto do Marcelo Ikeda lá no Cinecasulofilia. Ele falava do Mekas, de como os filmes do mestre lituano “não nos ENSINAM a olhar para a vida de um outro modo, eles nos ESTIMULAM a fazê-lo”. A partir disso, fiquei aqui pensando em uma divisão um tanto aleatória, mas que faz um certo sentido pra mim neste momento: existem os cineastas que fazem com que nos apaixonemos pelo cinema, e há aqueles, como Mekas, que nos impelem a sair de casa. Os filmes de Godard, de Sergio Leone, do Carpenter, entre muitos outros, me fazem ansiar pelo momento em que as luzes se apagam, onde tudo é forma e linguagem e a fábula cinematográfica é destrinchada e celebrada em um livre jogo de possibilidades alternativas. Já o cinema do Mekas, de Pialat, de Claire Denis, entre muitos outros, não podem ser refeitos. São filmes que parecem dizer sim e não à técnica de cinema. São cineastas que buscam produzir nos filmes, como processo narrativo, uma espécie de desfazer das ferramentas, da idéia de autoria.

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