Gosto muito da trajetória do Beto Brant. Ele é menor a cada filme. Este “O amor segundo B. Shianberg” é pequeno como poucos. O filme, no entanto, não me agrada. O dispositivo cinematográfico é sublinhado como nunca. E a minha impressão é a de que as carnes soltas de um cotidiano sem peso que Brant nos oferece não combinam com a grande maioria dos cortes e as variadas angulações que costuram esse filme. O digital salta aos olhos. O som chega com dificuldade aos ouvidos. Se “Cão sem dono” era um filme entregue aos acidentes, às causalidades, este “O amor”, ao contrário do que possa parecer, é todo controle.
É bem verdade que existe um terceiro personagem. Ele está fora do quadro, no título. B. Shianberg é um personagem de “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, romance de Marçal Aquino e matéria-prima do próximo longa de Brant. B. Shianberg é um psicanalista que escreveu um livro pouco ortodoxo sobre o amor. O fotógrafo, protagonista e narrador de "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” o venera e cita diversas passagens da obra de Shianberg. Para quem leu o livro de Marçal Aquino, Shianberg se transforma numa espécie de narrador ausente. E assim, toda aquela exposição agressiva da intimidade do casal seria um experimento do psicanalista – na verdade, poderíamos até discutir se essa intimidade realmente se concretiza na tela. Agora, para quem não leu, “O amor” é apenas um exercício.
É bem verdade que existe um terceiro personagem. Ele está fora do quadro, no título. B. Shianberg é um personagem de “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, romance de Marçal Aquino e matéria-prima do próximo longa de Brant. B. Shianberg é um psicanalista que escreveu um livro pouco ortodoxo sobre o amor. O fotógrafo, protagonista e narrador de "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” o venera e cita diversas passagens da obra de Shianberg. Para quem leu o livro de Marçal Aquino, Shianberg se transforma numa espécie de narrador ausente. E assim, toda aquela exposição agressiva da intimidade do casal seria um experimento do psicanalista – na verdade, poderíamos até discutir se essa intimidade realmente se concretiza na tela. Agora, para quem não leu, “O amor” é apenas um exercício.
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