segunda-feira, dezembro 13, 2010

eastbound & down

Outro programa incrível na HBO: “Eastbound & Down”. A série (a terceira temporada começa no próximo ano) gira em torno de Kenny Powers, um ex-atleta de baseball que depois de altos e baixos na liga profissional americana acaba voltando para a sua cidade natal para trabalhar na escola onde estudou como professor de educação física. “Eastbound & Down” é uma comédia triste. E Kenny é um personagem em tanto. Ele é estúpido, ignorante, individualista, melodramático, carismático, honesto, radical. Ele é auto-confiante ao ponto da arrogância, um súdito magestoso que pega todas as mulheres, usa as mais variadas drogas e só faz o aquilo que lhe der na veneta. Kenny é, em uma palavra, intenso (vejam uma de suas frases: “eu tenho que começar a chupar o pau dos meus sonhos”). E com ajuda do brilhante ator Danny McBride, os cineastas David Gordon Green e Jody Hill vão aonde Kenny for, do ridículo ao sublime.

Andei pensando. Kenny é feito de clichês. Mas tudo é tão genuíno, tão verdadeiro. Isso é curioso. Se de um lado, esses clichês aparecem como realmente são, ou seja, puro espectro, do outro, eles dizem respeito a quem é aquele personagem. Os clichês não são camisas de força para Kenny, não são a superfície enganosa de uma interioridade inconsciente. Muito pelo contrário. Kenny é pura potência. Esses clichês são como premissas, pontos de partida para algo que se dá ali, no decorrer do plano, enquanto o personagem respira, afeta e é afetado.

Além de tudo isso, a trilha é genial. Uma alma caridosa compilou as músicas e colocou tudo para baixar no Torrent. É só clicar nesse link.

Vejam também este clipe com erros de gravações e as participações especialíssimas de Will Ferrel e Craig Robinson.

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