quarta-feira, dezembro 08, 2010

walking dead

Eu tenho visto com prazer a série do Frank Darabont, “The Walking Dead”. Como no incrível “O nevoeiro” (2009), Darabont dá um show de mise-en-scène, faz o que quer com um plano, mas sem jamais poupar o espectador de um certo desconforto que, na verdade, nos coloca diante do drama que está sendo filmado. Eu conheço a HQ homônima original de Robert Kirkman. Esse desconforto está lá nos quadrinhos. Darabont, no entanto, faz da experimentação desse desconforto uma espécie de pedagogia. Vejam: um personagem racista, machista, violento e individualista espanca um outro personagem e ameaça os restantes. Não tem jeito, passo instantaneamente a não gostar dele. Torço para que ele se dê mal. Pois o mocinho da série consegue algemá-lo a uma barra de ferro. Sinto-me contente. O personagem preso, no entanto, terá um final trágico, trágico a ponto de fazer com que eu sinta culpa pelo que havia inicialmente desejado. Essa “estratégia” narrativa e moral é sorrateiramente reiterada à todo momento. Darabont nos aproxima do que é mostrado e nos recomenda não cair na tentação da identificação ou do julgamento de um personagem ou uma situação. Quem é você, espectador, para se achar no direito de aprovar ou desaprovar as ações que nos são encenadas?! Preste atenção, apenas!

A primeira temporada, com apenas 6 episódios, termina esta semana. Como “The Walking Dead” vem sendo um sucesso de audiência no mundo inteiro, é bem provável que nós tenhamos uma segunda temporada no ano que vem.

Vejam o trailer:

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