Gostei de “Os homens que não amavam as mulheres”. Mas não muito. David Fincher é um cineasta competente, sem dúvida nenhuma. Contudo, há uma espécie de grife fincher... Não sei se me entendem. É como se Finhcer, agora um cineasta de qualidade consagrada, estivesse confortável, preguiçoso, pouco corajoso. Bom, talvez coragem, digamos, estética nunca tenha sido um forte de Fincher. Mas este “Os homens que amavam as mulheres”, embora sempre divertido, esteja, como apontou o J. Hoberman lá no “Village Voice”, mais para “evening stroll through a well-lit topiary garden” do que “a walk on the wild side”. Algo que me incomoda bastante neste filme é o elemento sueco mal resolvido. Os atores falam inglês com sotaque britânico e dizem vez ou outra palavras como “tak” ou “hej hej”. É meio ridículo isto, não? Talvez tenha sido uma imposição do estúdio. Talvez os produtores acreditassem que isto fosse bom para a aceitação do filme internacionalmente. A mim, no entanto, me parece faltar “culhão” ao longa. A cena de estupro de Lisbeth também me incomoda bastante. Não acho que não se deva filmar cenas de estupro. Não é isso. Mas vejam parte da sequencia abaixo. A montagem, a trilha, as interpretações dos atores... É uma cena por demais espetaculosa, na minha opinião. Ela não é narrada colada à experiência da mulher que está sendo estuprada (e vive aquilo de uma maneira nem um pouco espetaculosa), nem a do estuprador. A maneira como a sequencia é filmada diz muito mais respeito à grife fincher e a nos espectadores. Não sei. Vi o filme ontem. Ainda estou a pensar sobre estas coisas.
A trilha sonora de Trent Reznor é incrível. Vejam aí a versão de “Immigrant Song” do Led Zeppeling.
Nenhum comentário:
Postar um comentário