Eu escrevi aqui brevemente sobre o “A música segundo Tom Jobim”, do Nelson Pereira dos Santos, e não consegui parar de pensar neste filme enquanto via “Raul Seixas”, do Walter Carvalho. Algo neste último filme me incomodava bastante, e, na comparação com o longa do Nelson, pude compreender um pouco melhor o que era aquilo. O fato é que “Raul Seixas” é uma obra “artística”, que busca fervorosamente o termo “artístico”. Quando a mão do cineasta se faz presente de maneira mais forte, é quase sempre para alcançar esse objetivo: as diversas sobreposições, a edição do momento em que Paulo Coelho mata uma mosca ou quando um amigo de Raul imita Elvis... Na verdade, comecei a pensar nos outros filmes dirigidos pelo Walter Carvalho (“Budapeste”, “Cazuza”, “Janela da alma”), e ele sempre foi um cineasta do excesso e marcado por uma necessidade de se afirmar como autor. E mais: tenho achado esse modelo “cabeças falantes” algo meio anacrônico. Ainda não sei bem explicar isso. Acho que não se consegue dar conta da coisa dessa maneira. Não sei.
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