sexta-feira, outubro 26, 2012

killer joe ***

Gostei bastante do novo filme de William Friedkin, cuja surpreendente abertura, em plano sequencia, termina com o close de uma vagina cabeluda. “Killer Joe” chega chegando. Um melodrama violento e lascivo, um misto de noir com comédia farsesca, que se passa em um sua maior parte dentro de um trailer. Como “Possuídos” (2006), Friedkin investe em uma atmosfera claustrofóbica. O roteirista, o dramaturgo Tracy Letts, também é o mesmo. “Killer Joe”, contudo, explora um humor extremamente negro, e empurra seus personagens a situações limítrofes que revelam seus impulsos mais básicos - algo particular ao cinema do americano. Uma das coisas que mais me atraem neste filme é a centralidade da narrativa. O estilo segue de perto os aspectos narrativos, deixando quase nada para o que não é útil para a trama. É difícil ou pouco proveitoso individualizar seja os poucos personagens, o trabalho de câmera, a cenografia, os diálogos, a mais uma vez incrível direção de atores... Tudo ali funciona em uma mesma sintonia, na mesma hierarquia, em nome desta conspiração familiar que ruma inesperadamente para uma farsa violenta e obcena.

Nenhum comentário: