O Canal Brasil exibe a partir do dia 5 de novembro sete ótimos documentários produzidos para os anos seminais do Globo Repórter:
GLOBO REPÓRTER: “SEMANA DE ARTE MODERNA” (1971) (51’)
Horário: quarta-feira, 5/11, às 19h
Horário alternativo: sábado, 8/11, às 9h30
Sinopse: O diretor Geraldo Sarno faz um paralelo entre o Movimento de 1922 e a vanguarda artística do fim dos anos 1960 e início dos 1970. A antropofagia modernista é trazida à tona neste filme através da figura do tropicalismo e da produção cultural daquela geração. O documentário analisa a famosa Semana de Arte Moderna por meio de entrevistas com remanescentes da exposição, entre eles Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Menotti del Picchia, além de artistas de vanguarda da década de 70, como José Celso Martinez, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Wally Salomão. Zuenir Ventura assina o argumento e é o autor dos textos narrados por Cid Moreira no registro.
GLOBO REPÓRTER: “ARQUITETURA, A TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO” (1972) (56’)
Horário: quarta-feira, 12/11, às 19h
Horário alternativo: sábado, 15/11, às 9h30
Sinopse: Primeiro documentário de Walter Lima Jr. e seu primeiro trabalho para a televisão. Rodado em 16mm, o filme tem fotografia de José Ventura. Destaque para as imagens de Brasília que, montadas com uma trilha sonora de suspense e caos, criam uma atmosfera sombria e crítica sobre aquele espaço, em um clima de mistério e dúvida em torno dos palácios, da catedral e dos eixos sobre os quais foi construída a cidade. "Desenvolvimento", "progresso" e "transformação", nas mãos do diretor, fogem ao tom das reportagens institucionais da época.
GLOBO REPÓRTER: “SEIS DIAS DE OURICURI” (1976) (41’)
Horário: quarta, 19/11, às 19h
Horário alternativo: sábado, 22/11, às 9h30
Sinopse: Dirigido por Eduardo Coutinho, o documentário mostra a situação de seca e miséria na qual viviam os moradores de Ouricuri, localizada no sertão do Araripe, em Pernambuco. O diretor ouviu os flagelados que esperavam os mantimentos atrasados. As imagens de Coutinho provam que não importa o nome dado ao fenômeno quando famílias inteiras passam fome e perdem seus empregos. Diante da câmera, o povo mostra-se cada vez mais revoltado com o Governo Federal. O longa-metragem capta imagens e depoimentos reveladores de um Brasil não tão “grande” quanto o propagandeado pelo regime militar, ainda vigente à época da produção.
GLOBO REPÓRTER: “RETRATO DE CLASSE” (1977) (38’)
Horário: quarta-feira, 26/11, às 19h
Horário alternativo: sábado, 29/11, às 9h30
Sinopse: O filme dirigido por Gregório Bacic constrói uma divertida crônica da classe média paulistana nos anos 1970, a partir de uma reunião de turma do primário, 20 anos depois. O documentário apresenta uma clássica foto numa escola primária: a mestra, ao centro, cercada de alunos. Em off, a voz da professora relembra os estudantes e projeta suas expectativas sobre o futuro de cada um. Todos falam de sua visão de mundo e do cotidiano, muito distantes dos projetos imaginados pela professora.
GLOBO REPÓRTER: “TEODORICO, O IMPERADOR DO SERTÃO” (1978) (49’)
Horário: quarta-feira, dia 3/12, às 19h
Horário alternativo: sábado, dia 6/12, às 9h30
Sinopse: Considerado o primeiro clássico da filmografia de Eduardo Coutinho, o documentário constrói o real através da fala do coronel Teodorico Bezerra. O diretor expõe, sem maniqueísmo, a visão do representante da aristocracia rural do Nordeste. As próprias palavras de Teodorico o definem como “autoritário e dono de almas, dominador da política local, manipulador de verbas públicas em causa própria, metódico e centrado”. Acompanhando o percurso do coronel, a câmera de Dib Lutfi registra suas conversas com trabalhadores da fazenda no sertão nordestino, onde ficam evidentes as relações de poder.
GLOBO REPÓRTER: “WILSINHO GALILÉIA” (1978) (63’)
Horário: quarta-feira, dia 10/12, às 19h
Horário alternativo: sábado, dia 13/12, às 9h30
Sinopse: Dirigido pelo cineasta João Batista de Andrade, o filme foi vetado pela censura em vigor na época, já que a tragédia do garoto marginal serviu para revelar as estruturas de exclusão da sociedade brasileira. O registro reconstitui a trajetória de Wilson Paulino da Silva – o Wilsinho Galiléia, criado na favela de mesmo nome, uma das maiores de São Paulo. Wilsinho tinha 15 anos quando entrou para o crime. Em apenas três anos (o jovem morreu aos 18), tinha 20 assassinatos e quase 500 assaltos na ficha criminal.
GLOBO REPÓRTER: “EXU, UMA TRAGÉDIA SERTANEJA” (1979) (39’)
Horário: quarta-feira, dia 17/12, 19h
Horário alternativo: sábado, dia 20/12, às 9h30
Sinopse: Eduardo Coutinho optou pelo Nordeste para falar dos problemas do país, bastante esquecido pela modernização conservadora dos militares. O diretor enriquece seu método de documentar, deixando os entrevistados contarem suas histórias e diminuindo cada vez mais a distância entre realizador e os “personagens da vida real”. O filme trata da rivalidade entre as famílias Alencar e Sampaio em Exu, cidade do interior de Pernambuco, e dos inúmeros assassinatos dessa divergência. Outra característica do cineasta também é aqui firmada: a voz do entrevistador sempre aparece, evidenciando a existência de uma equipe intermediando a realidade.