Dois filmes um tanto pedantes. Pedantes em suas estratégias. Pedantes pelo pacto de leitura que propõe ao espectador. Pedantes de maneiras diferentes, mas pedantes assim mesmo.
Walter Carvalho enxerga muito pouco em “Budapeste”. O filme não consegue observar o corpo de uma mulher sem que haja uma luz cortando-a, um espelho que a reflita, um fundo de quadro e uma trilha altamente expressivos. A nudez é sem propósito, banal. Será que o filme é uma tentativa de reprodução do olhar viciado do ghost-writer, muito mais apegado à caligrafia do que com o corpo e a alma daquilo que escreve? Não sei. O fato é que Walter Carvalho sempre foi um cineasta do excesso. Ele aposta sempre no acúmulo e na intensidade dos elementos narrativos. A luz, o som, a música, os cortes e a cenografia sempre vão além. Talvez, tenha ido longe demais. Nesse escancaramento da representação, não vaza realidade, sentimento ou verdade. Símbolos, apenas símbolos. Resta um exibicionismo vazio que jamais alcança os efeitos pretendidos.
Em “3 Macacos”, o esforço é por ser, não exatamente belo e expressivo (como em “Budapeste”), mas inteligente e autoral. Nuri Bilge Ceylan grita por nossa admiração. Grita afinado a um glossário de “cinema de autor contemporâneo” (tempos alongados, incomunicabilidade, o esvaziamento da ação, e a expressão de questões existenciais por intermédio de determinadas sacadas formais), mas que diz muito pouco. Não há nenhum interessa da parte de Ceylan em tornar seus personagens criaturas verdadeiramente humanas. Muito pelo contrário. O que se vê é de um cinismo e de um determinismo atrozes. O político sua como um porco, o marido corno ronca, a esposa adúltera tenta calar a desconfiança do esposo com seus seios e uma lingerie. Ceylan expõe todos os seus personagens ao ridículo. Tudo muito bem pensado e programado. Os ventos ruidosos, as nuvens negras em trânsito, a beleza infindável do oceano, as ruínas de um prédio, ou as angulações tipo câmera de vigilância, tudo impecavelmente e rigorosamente filmado. Auto-afirmação. Nada mais.
Walter Carvalho enxerga muito pouco em “Budapeste”. O filme não consegue observar o corpo de uma mulher sem que haja uma luz cortando-a, um espelho que a reflita, um fundo de quadro e uma trilha altamente expressivos. A nudez é sem propósito, banal. Será que o filme é uma tentativa de reprodução do olhar viciado do ghost-writer, muito mais apegado à caligrafia do que com o corpo e a alma daquilo que escreve? Não sei. O fato é que Walter Carvalho sempre foi um cineasta do excesso. Ele aposta sempre no acúmulo e na intensidade dos elementos narrativos. A luz, o som, a música, os cortes e a cenografia sempre vão além. Talvez, tenha ido longe demais. Nesse escancaramento da representação, não vaza realidade, sentimento ou verdade. Símbolos, apenas símbolos. Resta um exibicionismo vazio que jamais alcança os efeitos pretendidos.
Em “3 Macacos”, o esforço é por ser, não exatamente belo e expressivo (como em “Budapeste”), mas inteligente e autoral. Nuri Bilge Ceylan grita por nossa admiração. Grita afinado a um glossário de “cinema de autor contemporâneo” (tempos alongados, incomunicabilidade, o esvaziamento da ação, e a expressão de questões existenciais por intermédio de determinadas sacadas formais), mas que diz muito pouco. Não há nenhum interessa da parte de Ceylan em tornar seus personagens criaturas verdadeiramente humanas. Muito pelo contrário. O que se vê é de um cinismo e de um determinismo atrozes. O político sua como um porco, o marido corno ronca, a esposa adúltera tenta calar a desconfiança do esposo com seus seios e uma lingerie. Ceylan expõe todos os seus personagens ao ridículo. Tudo muito bem pensado e programado. Os ventos ruidosos, as nuvens negras em trânsito, a beleza infindável do oceano, as ruínas de um prédio, ou as angulações tipo câmera de vigilância, tudo impecavelmente e rigorosamente filmado. Auto-afirmação. Nada mais.
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