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Outra grande cena começa com um “fuck you” escrito no espelho do banheiro. Monty vocifera um monólogo: "Foda-se toda a cidade", diz ele. Segue uma lista de ódio para com todos os grupos étnicos e sociais que compõem Nova York. Lee ilustra esse catálogo com uma seqüência de retratos e a música de Terence Blanchard. O filme não é moralista. Lee nem mesmo afirma ou nega a necessidade de um traficante de drogas ir para a prisão. Na verdade, o cineasta é extremamente ambíguo na maneira pela qual nos mostra o seu protagonista. O que vemos é a história da última noite em liberdade de um traficante em particular e as pessoas que o cercam. Uma história de perda de inocência, que, quando saímos do específico do filme, notamos que também diz respeito a um momento histórico. Lee faz de “A última noite” um trabalho de sucateiro. Seu filme é uma ruína. É um recomeço sem terreno firme.
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