Não gostei muito deste “Martha Marcy May Marlene” (2011),
longa de estreia de Sean Durkin muito bem recebido pela crítica internacional. Nele,
uma jovem mulher sofre delírios e paranoias ao voltar para a casa da irmã
depois de um período vivendo em um estranho culto. As primeiras sequencias já
imprimem o tom entre o mistério e a ansiedade que perpassa o filme, além de
estabelecer sua base formal: a alternância entre a desorientação silenciosa da
vida em família e a loucura sedutora do culto. O que me incomoda é como esta estrutura e tema
(além do cenário) me parecem recorrentes no chamado cinema independente
americano, mais um pré-requisito do que matéria-prima, menos uma realidade
realmente vivida, do que um cenário e mise-scène já prontas. Pra
mim, “Martha” não diz ao que veio. Ainda assim, devo dizer que John Hawkes é um
grande ator, e, por causa dele, na pele do loucamente esclarecido líder do culto,
algumas imagens ainda permanecem rondando minhas memórias.
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