segunda-feira, setembro 03, 2012

o ditador **


Dessa vez, Sacha Baron Cohen vive o General Almirante Aladeen, chefe supremo da nação norte-africana Wadiya. Ele é anti-semita, racista, machista... Aladeen é o ator e o atleta mais premiado da nação. Um de seus games preferidos se chama “Olimpíadas de Munich”. Ele mantém relações sexuais (pagas com muito dinheiro) não só com Megan Fox, mas também, a julgar pela sua parede de Polaroids pós-coito, Arnold Schwarzengger e Oprah. Por lei, seu sobrenome deve ser usado no lugar de palavras comuns, como "sim" e "não", o que contribui para uma considerável confusão na vida de seus súditos. Aladeen está ansioso para construir uma bomba e vem dando trabalho às inspeções da ONU.

“O ditador” é um filme um pouco desequilibrado em sua montagem. Os acontecimentos são ora apressados, ora alongados por vezes de maneira demasiada (se bem que, em alguns momentos, esse alongamento é justamente o que produz graça). Ainda assim, como “Borat” e mesmo “Bruno”, este novo filme também revela um trabalho eficiente de roteiro, de criação de personagens e encadeamento da trama, e o humor de Cohen parece ainda mais afiado.

“O ditador” está a todo o momento testando os limites da comédia, da tolerância do espectador. Cena a cena, somos confrontados e rimos das piadas mais agressivas e de mau-gosto possíveis. Para ficar em alguns exemplos, Aladeen faz graça de 11 de setembro, pede a um refugiado africano um exército de crianças para as doze horas do dia seguinte, e conta uma longa história envolvendo abusos sexuais a menores. Piadas sublinhadas como piadas, desferidas sempre em um tom de avacalhação geral, como forma de ridicularizar certos segmentos sociais e políticos – o discurso final de Aladeen sobre democracia na ONU é prova disto. Em mais uma atuação impecável, Cohen da cara à tapa e nos oferece uma representação caricatural de um ditador islâmico. Cohen e o diretor Larry Charles se fazem dessa imagem simplificadora do que vem a ser um ditador islâmico como uma espécie de estratégia, revelando a imbecilidade de certos códigos, comportamentos e crenças que pontuam o nosso dia-a-dia.

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