Em São Paulo, no debate da mostra do Samuel Fuller, o Inácio Araújo disse que é preciso aprender a gostar de alguns cineastas. Este teria sido o seu o caso com Fuller. Inácio já conhecia seus filmes, sem muito entusiasmo. Carlão Reichenbach o convenceu a vê-los novamente. Aprender a gostar. É uma ideia que me parece interessante. Não é a minha história com o Fuller, que sempre me manteve de olhos abertos. Robert Bresson, este sim, aprendi a gostar dele. Odiei os primeiros filmes que vi: "Diário de um Padre" (1951) e "Lancelot du Lac" (1974). Hoje, contudo, os acho divertidos. "Mouchette" (1967) e "O dinheiro" (1983) são dois dos meus filmes prediletos. Foi-me preciso “entender” aquele cinema para gostar dele. Contextualizá-lo. Saber de onde ele vinha. As atuações. A fotografia. O tom. A mão pesada de Bresson. A noção de encontro. As coisas foram se encaixando. Isto levou um certo tempo. Manoel de Oliveira também me era chato, entediante, aborrecido – talvez, sobretudo, pelo português de Portugal, que me dói os ouvidos, num preconceito bizarro e difícil por vezes de ultrapassar.
segunda-feira, maio 13, 2013
debate em são paulo
Em São Paulo, no debate da mostra do Samuel Fuller, o Inácio Araújo disse que é preciso aprender a gostar de alguns cineastas. Este teria sido o seu o caso com Fuller. Inácio já conhecia seus filmes, sem muito entusiasmo. Carlão Reichenbach o convenceu a vê-los novamente. Aprender a gostar. É uma ideia que me parece interessante. Não é a minha história com o Fuller, que sempre me manteve de olhos abertos. Robert Bresson, este sim, aprendi a gostar dele. Odiei os primeiros filmes que vi: "Diário de um Padre" (1951) e "Lancelot du Lac" (1974). Hoje, contudo, os acho divertidos. "Mouchette" (1967) e "O dinheiro" (1983) são dois dos meus filmes prediletos. Foi-me preciso “entender” aquele cinema para gostar dele. Contextualizá-lo. Saber de onde ele vinha. As atuações. A fotografia. O tom. A mão pesada de Bresson. A noção de encontro. As coisas foram se encaixando. Isto levou um certo tempo. Manoel de Oliveira também me era chato, entediante, aborrecido – talvez, sobretudo, pelo português de Portugal, que me dói os ouvidos, num preconceito bizarro e difícil por vezes de ultrapassar.
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