Gosto bastante deste filme. Já o vi algumas vezes. Gosto dos atores, sobretudo, Paul Schneider. Gosto dos diálogos: “Você já viu a natureza cometendo um erro”? Esta me parece uma das linhas mais sensacionais do cinema. Gosto da simbologia heraclitiana que o longa evoca. Gosto da fluência que o filme busca o tempo todo. O longa é também esta tentativa por uma representação sensualista, que muito apontou-se como sendo influência de Terrence Malick. Gosto da maneira como a relação entre eu, espectador, e o filme parece intermediada por afetos e sensações. Gosto como a separação do casal se dá sem culpas. Neste sentido, é uma aposta que o filme nos convida a fazer. Uma coisa bonita, parece-me.
Da última vez que vi “Prova de amor” (2002), esta semana, dei uma olhada nos extras do DVD. David Gordon Green, em entrevista, diz que tinha que fazer aquele filme o mais rápido possível, que era preciso fazê-lo como uma equipe jovem, que era imprescindível colocar-se à altura daquele mundo constituído em filme. É interessante ver ele falando desta urgência, algo que “Prova amor” dissemina desde o primeiro plano. Aliás, um plano em especial, o do cachorro aleijado, me fez lembrar do final de “Stroszek” (1976), de Herzog, quando uma galinha dança por alguns minutos. Tentamos agregar algum sentido ao que vemos. Mas é inútil esforçar-se para ser convincente. O mundo não é tão racional, nem irracional. É irracionável, nada mais do que isso. A razão constata os seus limites e nega a si mesma. Isso diz muito sobre os dois longas. Curioso. De repente, peguei-me pensando a letra de uma música de Jeff Buckley, “Lover, You Should've Come Over”:
I feel too young to hold on
I'm much too old to break free and run
Maybe I'm too young
To keep good love from going wrong
Tudo ver a ver. Escutem a música:
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