Ana, minha esposa, dá aulas de inglês em colégios públicos aqui do Rio. E semana passada ela começou a passar filmes para os alunos. Primeiro “O âncora”, para alunos de 14 anos, e, depois, “A escola do rock”, para os de 11, 12 anos. Ela me contou tim tim por tim tim o que rolou e eu acabei pensando algumas coisas:
- Em ambas as classes, brigou-se para que o filme fosse exibido com legendas. Os alunos insistiram até o último momento que o filme fosse dublado. Isso é um pouco triste – aliás, conheci alguns dubladores que me contaram como a coisa funciona, e, realmente, pelo menos com os filmes hollywoodianos, não tem como a dublagem ficar boa (com a exceção dos desenhos).
- Nenhum dos alunos conhecia o Jack Black. Caramba: se eles não sabem que é Jack Black é porque não vão nunca ao cinema. No Brasil, sétima arte, é mesmo coisa de classe média.
- Todos os alunos adoraram o Jack Black. Todos.
- Em uma determinada sequencia, “A escola do rock” nos mostra, com Ramones na faixa sonora, pequenos clipes de grandes músicos: Keith Moon na bateria, Jimmy Hendrix na guitarra... Quando Angus Young apareceu, sem camisa, correndo e tocando de um lado ao outro do palco, um menino não se agüentou: “Quem maluco irado professora!”. No fim da aula, ele veio perguntar para a Ana quem era o cara. Pronto! Pra mim, já valeu a pena essa aula. Esse muleque vai procurar o AC/DC na internet. E aí, não tem mais jeito. O rock ganhou mais um adepto.
- Metade da turma viu “O âncora”. Deles, metade gostou. E destes, apenas um ou outro ficaram realmente empolgados com a coisa. A maioria ria apenas das piadas mais físicas e achou o filme muito bobo. Em diversas cenas, a Ana ria sozinha (para a diversão dos alunos). Isso é curioso. Essas novas comédias americanas são aparentemente tão rasteiras, mas, na verdade, se você não tiver uma determinada bagagem, não conseguirá entender grande parte das piadas.
2 comentários:
AC/DC? Ok, depois ele melhora esse gosto musical e passa a ouvir um rock bom! hehehehehe
:P
vai se fuder!
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