quinta-feira, abril 28, 2011
serge daney
terça-feira, abril 26, 2011
o mundo ****
“O mundo no filme não é o alvo de uma crítica social simplista, simplesmente o lado não-mostrado pelo caráter ascético, monumental e pasteurizado dos monumentos transformado em cenário e imagem. Sem ser a apoteose festiva do mundo do simulacro encenada numa Las Vegas repleta de neon em plena comemoração de 4 de julho por Coppola em “O Fundo do Coração” (1982); o parque é também uma possibilidade de uma vida melhor para os seus empregados, é espaço de encontro e de sociabilidade, uma paisagem transcultural bem particular, em que as imagens midiáticas do mundo ganham três dimensões e viram lugares por onde se caminha, trabalha e habita. A ênfase longe do tom aventuresco de Wim Wenders muda para o dia a dia, o dinheiro contado, economizado, os pequenos problemas amorosos e familiares, nada de muito épico ou grandioso, nem nos fatos nem nos personagens. O tom é melancólico, em modo menor, mas ainda há uma aposta, no fim do filme, quando supostamente o casal protagonista, formado pela dançarina Tao (Tao Zhao) e pelo vigia Taisheng (Taisheng Chen),_morre devido a um vazamento de gás enquanto estava dormindo”.
segunda-feira, abril 25, 2011
coisas
26 de abril, terça-feira, às 18h30, salas 1 e 2
O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (de Rogério Sganzerla, Ficção – 35mm - 92 min – PB, Classificação 16 anos)
Após a exibição do filme, haverá coquetel de abertura
27 de abril, quarta-feira
Sala 1, 17h30
ABISMU (1977). (de Rogério Sganzerla, Ficção e documentário – 80 min – COR . 35mm, Classificação 14 anos)
Sala 1, 19h
TUDO É BRASIL (1998). (de Rogério Sganzerla, Documentário – 35mm – 82 min – COR/ PB, Classificação Livre)
28 de abril, quinta-feira
Sala 1, 17h30
NEM TUDO É VERDADE (1985). (De Rogério Sganzerla, Ficção – 35 mm – 95 min – COR/ PB, Classificação 12 anos)
Sala 2, 19h
SEM ESSA, ARANHA (1970). (de Rogério Sganzerla, Ficção – em DVD (versão original em 16mm) - 96 min – COR. Classificação 16 anos)
29 de abril, sexta-feira
Sala 2, 17h30
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (COMICS) (1969). (de Rogério Sganzerla & Álvaro de Moya – em DVD (versão original em 35mm) - 7 min- COR/PB, Classificação Livre)
HORROR PALACE HOTEL (1978). (de Jairo Ferreira - Codireção e montagem: Rogério Sganzerla, Documentário – em DVD(versão original em Super 8) – 50 min – COR, Classificação Livre)
Sala 1, 19h
BELAIR. (de Noa Bressane e Bruno Safadi, Documentário – 35mm – 80min – COR, Classificação Livre)
30 de abril, sábado
Sala 2, 17h30
DOCUMENTÁRIO (1966). (de Rogério Sganzerla, Ficção – em DVD (versão original em 16 mm) – 11 min – PB, Classificação Livre)
ELOGIO DA LUZ (de Joel Pizzini e Paloma Rocha, Vídeo COR/PB 54 min. 2003, Classificação Livre)
Sala 1, 19h
PERIGO NEGRO (1992). (de Rogério Sganzerla, Ficção – 35mm – 27 min – COR, Classificação Livre)
ISTO É NOEL ROSA (1990). (Documentário – 35mm – 43 min – COR. Classificação Livre).
1 de maio, domingo
Sala 1, 17h30
A MULHER DE TODOS (1969). (de Rogério Sganzerla, Ficção – 35mm - 87 min – PB, Classificação 12 anos)
Sala 1, 19h - Debate
3 de maio, terça-feira
Sala 2, 17h30
A MISS E O DINOSSAURO - Bastidores da Belair 2005. (de Helena Ignez, Documentário – em DVD (versão original em Super 8) – 17 minutos – cor, Classificação 16 anos)
A REINVENÇÃO DA RUA (de Helena Ignez, Documentário, digital, 27 minutos, Montagem Rogério Sganzerla. Classificação Livre)
B2 (de Rogério Sganzerla e Sylvio Renoldi, Ficção – em DVD (versão original em 35 mm) – 11 minutos – PB, Classificação Livre)
BRASIL (1981). (De Rogério Sganzerla, Documentário – em DVD (versão original em 35mm) – 12 min – COR, Classificação Livre)
Sala 1, 19h
ABISMU (1977). (De Rogério Sganzerla, Ficção e documentário – 80 min – COR, 35mm, Classificação 14 anos)
4 de maio, quarta-feira
Sala 1, 17:30
O SIGNO DO CAOS (2003). (de Rogério Sganzerla, Ficção – 35mm – 80 min – PB/COR, Classificação 12 anos)
Sala 1, 19h00
O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (1968). (de Rogério Sganzerla, Ficção – 35mm - 92 min – PB, Classificação 16 anos)
5 de maio, quinta-feira
Sala 1, 17h30
COPACABANA MON AMOUR (1970). (De Rogério Sganzerla, Ficção – Exibição em 35mm – 85 min – COR, Classificação 16 anos)
Sala 1, 19h00
NEM TUDO É VERDADE (1985). (De Rogério Sganzerla, Ficção – 35 mm – 95 min – COR/ PB, Classificação Livre)
6 de maio, sexta-feira
Sala 1, 17h30
ABISMU (1977). (de Rogério Sganzerla, Ficção e documentário – 80 min – COR, 35mm, Classificação 14 anos)
Sala 2, 19h00
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (COMICS) (1969). (de Rogério Sganzerla & Álvaro de Moya – em DVD (versão original em 35mm) – 7 min- COR/PB, Classificação Livre)
HORROR PALACE HOTEL (1978). (De Jairo Ferreira. Codireção e montagem: Rogério Sganzerla, Documentário – em DVD (versão original em Super 8) – 50 min – COR, Classificação Livre)
DOCUMENTÁRIO (1966). (De Rogério Sganzerla, Ficção – em DVD (versão original em 16 mm) – 11 min – PB, Classificação Livre)
7 de maio, sábado
Sala 2, 17h30
LINGUAGEM DE ORSON WELLES (1990). (de Rogério Sganzerla, Documentário – em DVD (versão original em 35mm) – 22 min – COR/PB, Classificação Livre)
O PETRÓLEO NASCEU NA BAHIA (1981). (de Rogério Sganzerla, Documentário – em DVD (versão original em 16mm) – 9min - PB, Classificação Livre)
VIAGEM E DESCRIÇÃO DO RIO GUANABARA POR OCASIÃO DA FRANÇA ANTÁRTICA (VILLEGAIGNON) (1976). (de Rogério Sganzerla, Documentário – em DVD (versão original em 16mm) – 17 min – COR, Classificação Livre)
ANÔNIMO E INCOMUM – (Vídeo, 1990, Ficção – 13 min – COR – vídeo, Classificação Livre)
INFORMAÇÃO: H. J. KOELLREUTER (2003, Documentário – 18 min – COR, Classificação Livre)
Sala 2, 19h
SEM ESSA, ARANHA (1970). (de Rogério Sganzerla, Ficção – em DVD (versão original em 16mm) – 96 min – COR, Classificação 16 anos)
8 de maio, domingo
Sala 1, 17h30
TUDO É BRASIL (1998). (de Rogério Sganzerla, Documentário – 35mm – 82 min – COR/ PB, Classificação Livre)
Sala 1, 19h
O SIGNO DO CAOS (2003). (de Rogério Sganzerla, Ficção – 35mm – 80 min – PB/COR, Classificação 12 anos)
sábado, abril 23, 2011
dicas
- Uma entrevista bem bacana com o Inácio Araújo publicada no "O povo" e no blog de Camila Vieira.
- Esta terça começa no CCBB a mostra "Cinema brasileiro, anos 2000, 10 questões", com a curadoria do Eduardo Valente, Cléber Eduardo e João Luiz Vieira. Neste link, dá pra ver a programação e os textos do catálogo.
quinta-feira, abril 21, 2011
segunda-feira, abril 18, 2011
cultura excitada
Estou cursando uma disciplina na UFF ministrada pela Mariana Baltar. Lemos por lá os dois primeiros capítulos deste livro, “Cultura excitada”, de Christoph Turcke. Eu não o conhecia e confesso não ter gostado muito. Fiquei bastante incomodado com algumas passagens. O Turcke, ao contrário, por exemplo, de Adorno, admite que a indústria cultural é simplesmente inevitável. Mas ele admite isso não sem algum ressentimento. Ele vem de uma herança teórica que costuma atribuir à industria cultural e aos mídia o poder de auto-reificação do homem, tornando-o um simples objeto a serviço da máquina capitalista.
Acho complicado discordar que vivemos em uma sociedade excitada, mergulhada num excitamento contínuo – embora eu não saiba se o efeito desse excitamento possa ser realmente comparado ao das drogas, como parece fazer o Turck. Agora, me incomoda a maneira como ele chega a esse diagnóstico. Porque tantas citações e analogias bíblicas?! Ele estaria comparando esse apego ao excitamento ao fervor religioso? Ou seria uma maneira de dar mais peso ao que ele diz? Para Mariana, esse diálogo teológico diz respeito à própria formação do autor e à tentativa de “atualizar - frente a mudança de paradigma da sensação diagnosticada por ele (essa parte que me interessa mais) - a linha de reflexão de Berkeley (lembre-se, ele um bispo anglicano)”.
O primeiro capítulo traça um panorama de determinados fenômenos de sensação, identificando suas raízes, sua extensão, sua influência. Acho a parte sobre o jornalismo um tanto infeliz. Imprensa quer dizer muitas coisas, comporta uma variedade enorme de discursos e modelos. Não dá para colocar no mesmo saco as coberturas da Segunda Grande Guerra, da Guerra do Vietnam, e das Guerras do Golfo. Por mais que Turck tenha coisas pertinentes a dizer (“Não é mais suficiente que os acontecimentos sejam por si só explosivos, confeccionados de forma chamativa, ou que tenham as manchetes gritadas como nas edições extras de outrora; o meio audiovisual necessita mobilizar todas as forças específicas de sue gênero e ministrar a notícia com toa a violência de uma injeção multissensorial”), ele o faz não sem algumas simplificações.
O segundo capítulo faz uma espécie de histórico dos significados do conceito de sensação da Renascença até a Revolução Francesa. Esse histórico, para o Turck, seria uma maneira de constatar a gradativa constituição de uma sociedade da excitação. O que é estranho é que Turck começa em Aristóteles, passa por Locke e termina em Berkeley. É como se não tivéssemos nenhuma alternativa não dualista, que não hierarquizasse em níveis de importância o intelecto e os sentidos. Turcke pergunta algo que, segundo ele, “ainda não foi respondido a contento: o que ocorreria se os homens fossem tão essencialmente seres sentitivos, de maneira que todas as suas idéias e conceitos a respeito do verdadeiro, do bem, do belo e do divino não fossem senão sensações, ou seja, correspondessem a meras excitações nervosas?” Eu acho que essa pergunta não faz nenhum sentido.
Nas entrelinhas, Turck parece insistir na necessidade de se confrontar essa “cultura excitada”. Eu não entendo bem porque. O cinema contemporâneo (Claire Denis, Pedro Costa, Apichatpong, Abel Ferarra entre outros) que mais gosto, por exemplo, abdica das narrativas totalizantes e aposta no menor. Mas não se trata de fazer oposição a um estado de coisas midiático. O desejo não é pelo contraplano, pelo antagonismo. È um cinema que assumem sua marginalidade, aceita o exílio no interior das práticas cinematográficas majoritárias. Um cinema menor diria Deleuze.
sábado, abril 16, 2011
caché...
É curioso: mesmo nos sendo apresentado como um sujeito dissimulado, mesmo sendo suspeito de ser o autor das fitas anônimas, há todo um processo de vitimização do personagem argelino, enquanto Georges, o francês, o protagonista, é acusado de todos os males do filme. Neste sentido, parece curiosamente haver uma certa nostalgia pelo retorno a uma política bem definida de oposições, em que, teoricamente, se podia distinguir com maior clareza os “mocinhos” dos “bandidos”. E por fim, fica curiosamente a suspeita de um narcisismo europeu às avessas - “Caché”, então, se aproximaria estranhamente de uma cada vez mais vasta produção hollywoodiana empenhada em “compreender” o problema da África (“Diamante de sangue”, “O senhor das armas”, “Jardineiro fiel”, entre outros). Haneke parece situar a Europa como fonte de todos os males sociais do mundo. Uma perspectiva que não deixa de ser eurocêntrica.
quinta-feira, abril 14, 2011
coisas
- Vejam que legal este Web Doc:
Honkytonk Films – Online screening: Journey To The End Of Coal
- Hoje tem cineclube da Cinética lá no IMS: Ás 18h, Diabo a Quatro (1933), de Leo McCarey, e, às 19h30, "Um Convidado bem Trapalhão" (1968), de Blake Edwards.
- Começou na Caixa Cultural uma retrospectiva com os filmes do cubano Tomás Gutiérrez Alea. Abaixo, segue a programação:
14 de Abril – quinta-feira
17h00 – “Los sobrevivientes” (130min) - Cinema 02
19h30 – “La última cena” (120 min) - Cinema 02
15 de Abril – sexta-feira
17h00 – “Una pelea cubana contra los demonios” (130min) - Cinema 02
19h30 – “Cumbite” (82min)- Cinema 02
16 de Abril – sábado
17h00 – “La muerte de un burócrata” (85min) - Cinema 01
19h30 – “Guantanamera” (105min) - Cinema 02
17 de Abril – domingo
17h00 – “Historias de la Revolución” (81min)- Cinema 02
19h30 – “Fresa y chocolate” (101min)- Cinema 01
19 de Abril – terça-feira
17h00 – “Las doce sillas” (97min) - Cinema 01
19h30 - “Cumbite” (82min) - Cinema 02
20 de Abril – quarta-feira
17h00 – “Hasta cierto punto” (88min) - Cinema 01
19h30 – “La ultima cena” (120min) - Cinema 02
21 de Abril – quinta-feira
17h00 – “Fresa y chocolate” (101min)- Cinema 01
19h30 – “La muerte de un burócrata” (85min) - Cinema 01
22 de Abril – sexta-feira
17hh00 – “Cartas del parque” (88min) - Cinema 02
19h30 – “Historias de la Revolución” (81min)- Cinema 02
23 de Abril – sábado
17h00 – “Hasta cierto punto” (88min)- Cinema 01
19h30 – “Las doce sillas” (97min) - Cinema 01
24 de Abril – domingo
17h00 – “Cine-Revista” (10min) e “Memorias del subdesarrollo” (97min) - Cinema 02
19h30 – “Guantanamera” (105min) - Cinema 02
terça-feira, abril 12, 2011
e-compos
Este ensaio nasce de uma constatação: o cinema contemporâneo está marcado por uma espécie de nova transnacional. Um cinema que se acha intimamente ligado a uma mudança de olhar lançado ao corpo. O corpo como reflexo, como metáfora, como lugar experimental de representação. A nossa hipótese é a de que a fenomenologia de Merleau-Ponty nos fornece valiosos instrumentos para ampliarmos a reflexão sobre um cinema que explora uma relação corporal com o mundo. O nosso objetivo é discutir essas questões em breves análises de três cineastas contemporâneos: Tsai Ming-Liang, A. Weerasethakul e Karim Ainouz.
domingo, abril 10, 2011
quinta-feira, abril 07, 2011
duchamps e pollock
a fonte
number 8
terça-feira, abril 05, 2011
músicas
Eu tenho ouvido bastante Arvo Part e Ramones. Estranha combinação, não é? Pois estive pensado sobre o compositor estoniano e a banda americana e cheguei a curiosa conclusão de que ambos tem efeitos semelhantes sobre mim, embora por caminhos completamente diferentes. Ouçam as duas músicas abaixo. Ambas me contaminam com uma sensação de liberdade... São tão aparentemente simples... “Fur Alina” é piano e silêncios. “Blitzkrieg Bop” é punk de cartilha, fácil, rápido e contagiante. Qualquer um poderia fazer essas músicas. Qualquer um. E isso é tão bonito, ou, pelo menos, carrega consigo tantas inauditas possibilidades. O curioso é que esse efeito do “qualquer um” é alcançado por Ramones e Part através de caminhos opostos. O primeiro se afirma numa suposta precariedade de seus recursos, na simplicidade crua de sua melodia. O segundo chega àquele “minimalismo” por meio de um domínio obsessivo da técnica; cada silêncio, o tom das notas, tudo foi milimétricamente calculado.
Ramones:Arvo Part:
domingo, abril 03, 2011
franceses no mam
sexta-feira, abril 01, 2011
passe livre ***
O que eu acho ainda mais estranho são as acusações de moralismo (como faz a crítica da “Folha de São Paulo”). Ricky fica com a esposa por livre, genuína e espontânea vontade (e ainda revela para ela que nunca transou com outra mulher) – fiquei pensado que existe hoje não só uma patrulha do “politicamente correto”, como também uma galera que não consegue aceitar um casamento duradouro e feliz ou a crença inabalável em Deus... Logo depois, Fred revela tudo o que fez enquanto esteve livre para não ter que ir a um show com a esposa. E como se não bastasse, para deixar bem claro que o filme não defende ou ataca a monogamia, não possui mensagem e tampouco uma espécie de aprendizado para a classe masculina, ao ver a felicidade dos casais protagonistas, a esposa do personagem de Stephen Merchan pergunta ao marido se ela deveria dar a ele um passe livre. Ele então se imagina transando com uma mulher oriental. O marido dela chega. Ele mata o marido e a mulher. Mata também o vizinho que o viu enterrando os corpos. A polícia chega. Ele é preso e acaba sendo estuprado na prisão. Stephen Merchan se dá então por si e diz: “Sim. Podemos tentar”. Na mente doentia do personagem, os assassinatos e o estupro na prisão valiam a pena. Ele não aprendeu nada com a história dos amigos. E os Farrelly continuam profundamente conscientes de seus objetivos.