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“O mundo no filme não é o alvo de uma crítica social simplista, simplesmente o lado não-mostrado pelo caráter ascético, monumental e pasteurizado dos monumentos transformado em cenário e imagem. Sem ser a apoteose festiva do mundo do simulacro encenada numa Las Vegas repleta de neon em plena comemoração de 4 de julho por Coppola em “O Fundo do Coração” (1982); o parque é também uma possibilidade de uma vida melhor para os seus empregados, é espaço de encontro e de sociabilidade, uma paisagem transcultural bem particular, em que as imagens midiáticas do mundo ganham três dimensões e viram lugares por onde se caminha, trabalha e habita. A ênfase longe do tom aventuresco de Wim Wenders muda para o dia a dia, o dinheiro contado, economizado, os pequenos problemas amorosos e familiares, nada de muito épico ou grandioso, nem nos fatos nem nos personagens. O tom é melancólico, em modo menor, mas ainda há uma aposta, no fim do filme, quando supostamente o casal protagonista, formado pela dançarina Tao (Tao Zhao) e pelo vigia Taisheng (Taisheng Chen),_morre devido a um vazamento de gás enquanto estava dormindo”.
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