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O que eu acho ainda mais estranho são as acusações de moralismo (como faz a crítica da “Folha de São Paulo”). Ricky fica com a esposa por livre, genuína e espontânea vontade (e ainda revela para ela que nunca transou com outra mulher) – fiquei pensado que existe hoje não só uma patrulha do “politicamente correto”, como também uma galera que não consegue aceitar um casamento duradouro e feliz ou a crença inabalável em Deus... Logo depois, Fred revela tudo o que fez enquanto esteve livre para não ter que ir a um show com a esposa. E como se não bastasse, para deixar bem claro que o filme não defende ou ataca a monogamia, não possui mensagem e tampouco uma espécie de aprendizado para a classe masculina, ao ver a felicidade dos casais protagonistas, a esposa do personagem de Stephen Merchan pergunta ao marido se ela deveria dar a ele um passe livre. Ele então se imagina transando com uma mulher oriental. O marido dela chega. Ele mata o marido e a mulher. Mata também o vizinho que o viu enterrando os corpos. A polícia chega. Ele é preso e acaba sendo estuprado na prisão. Stephen Merchan se dá então por si e diz: “Sim. Podemos tentar”. Na mente doentia do personagem, os assassinatos e o estupro na prisão valiam a pena. Ele não aprendeu nada com a história dos amigos. E os Farrelly continuam profundamente conscientes de seus objetivos.
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