Gostei muito deste filme. “Everyone Else” (2009), segundo longa da
alemã Maren Ade, acompanha um jovem casal de férias na Itália. É um filme
diferente sobre uma relação amorosa, recheado de rituais estranhos, momentos
imbecis e por vezes meio secretos, além de constantes jogos de poder, provas e
mais provais, decepções e uma ou outra epifania. É muito curioso como Maren Ade
consegue alternar os pontos de vista de Gitti e Chris de maneira tão sutil,
quase imperceptível. Quando começamos a achar que entendemos o personagem,
quando a identificação se vislumbra no horizonte, o filme nos derruba
novamente. Isto é muito bom: somos jogados na intimidade deste casal, mas Gitti
e Chris permanecem algo indecifráveis. Eu mesmo não sei o que pensar sobre
eles, sobre o papel que cada um representa nessa relação. Embora eu reconheça
nessa mistura de naturalismo, psicologia e teatralidade talvez a mola mestra de
toda e qualquer relação amorosa. O final do filme é bem legal. Gitti e Chris
chegam a um impasse. A impressão é a de que eles precisam se reinventar como
casal. “Everyone Else” termina com esta promessa.
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